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24 setembro 2020

Mercenários da Morte "Mercenarios de la Muerte " (México 1983) Subtitle/Legenda Inédita PTBR SRT exclusiva Brasil


Mercenários da Morte - Brasil 
Mercenarios de la Muerte - México 
Mercenaries of Death - Título Inglês 
Produção México, 1983 
Direção: Gregorio Casal e Manuel Muñoz 
Escrito: Avinadain Bautista Nájera 
Fotografia: Ángel Bilbatúa e Fernando Colín 
Duração: 90 minutos 
Edição: Francisco Chiu 
Efeitos Especiais: Arturo Godínez 
Co Produção: Xochitl S. A. de C. V. 
 
Elenco: 
Emilio Fernández - Mestre Tata 
Gregorio Casal - Mai Ko 
Jaime Moreno - Yan Piau/Chang 
Armando Silvestre - Sung Ya 
Rubi Re - Gina 
Tito Junco - Pai de Mai Ko 
Víctor Junco - Comissário Raul 
Sergio Bustamante - Kan Jen/Él Verdugo/Mercenário 
Rosario Granados - Mãe de Mai Ko 
Aries Bautiasta - Mestre Jin Ho 
Ramiro Orci - Andrés El Callado/Mercenário 
Toño Infante - Mai Tahy/Traidor 
E com Fernando Yapur, Leo Villanueva e Agustín Fernández. 


Kun Fu e Western se fundem nessa exótica aventura do cinema B mexicano, nunca exibido no Brasil e que presto minha homenagem aqui nesse espaço dedicado ao Western produzido em todas as partes do mundo. 

"Mercenários da Morte" conta a história de um grupo de monges orientais da milenar dinastia Mingfu Su, do antigo templo de Shio Lang Su, que depois de uma grande guerra contra a seita do Dragão Negro, foram forçados a migrar para longe de suas terras, levando suas valiosas relíquias e tradições para uma pequena cidade no norte do México. 

Os anos passaram-se e os monges vivem em relativa paz, tornando-se uma parte importante da comunidade e estabelecendo uma escola onde eles ensinam suas artes marciais, porém, com a chegada do século 20, uma nova ameaça paira sobre os monges, como o mercenário Sung Ya (Armando Silvestre), discípulo do Dragão Negro, que reuniu um grupo de guerreiros de diferentes partes do mundo para destruir os monges e saquear as valiosas relíquias deste novo templo. 


Aparentemente, vários anos ou séculos se passaram, e Jin Ho, o herdeiro de Minfo Sin, se estabeleceu em uma cidade que parece ser um cenário do oeste do extinto American Studios, graças à ajuda do sábio filósofo conhecido como Tata ou Mestre supremo (Emilio Fernández), porque ninguém tem autoridade suficiente para chamá-lo pelo nome. 

Não sabemos onde está localizado este lugar, mas a verdade é que seus habitantes falam muito bem o chinês e as autoridades mexicanas dizem que são muito boas pessoas e por isso devem garantir sua segurança. 

O venerado professor Tata (Emilio Fernández) sabe do perigo, e pede ao Mestre Jin Ho (Aries Batista) para escolher os alunos mais avançados para defenderem o templo dos implacáveis sanguinários de Sung Ya. 


A tarefa caberá aos jovens Mai Ko (Gregorio Casal) e Chang Piau (Jaime Moreno), que deverão enfrentar os mercenários da morte. 

Gina, interpretada por Rubí Re, irmã de Mai Ko, também ajuda na luta contra a invasão dos assassinos. Armando Silvestre com os bigodes de Fu Man Chu interpreta bem o líder e fanático mercenário ajudado por sua gangue que entre eles estão: 

Esteban Chacal Ramirez, Andrés o Calado, Cochilio Blas, Angel o assassino, La Crooper, traidor e assassino, Kun Won, Mai Thay, La Katana, e Yen Ko o Chaco mortal. Um bando verdadeiramente temível prestes a destruir tudo em seu caminho. 


Com a estreia de "Enter the Dragon" em 1973, o mundo descobriu o grande talento do artista marcial Bruce Lee. Sua morte trágica ocorreu apenas seis dias antes do lançamento do filme (o primeiro de Lee para um estúdio americano), tornou-se uma verdadeira lenda do filme de ação.

O enorme sucesso mundial de "Enter the Dragon" resultaria em uma febre pelas artes marciais que se refletiram num grande número de filmes de artes marciais que começaram a ser produzidos não só em Hong Kong, mas em todo o mundo. 

Na Itália o destaque ficou para “Shangay Joe” e “O Dragão Chinês e o Pistoleiro”. No entanto, as tentativas de entrar no gênero foram estranhas e bizarras em muitos casos: na Inglaterra os Estúdios Hammer produziria um kung fu intitulado "A Lenda dos Sete Vampiros Dourados" (1974), enquanto na Espanha os irmãos Calatrava misturariam comédia em "Los Kalatrava Contra el Empio del Karate" (1974). 


No México, o lutador mascarado Santo participaria de "La Furia de los Karatekas" e "El Punho de la Muerte" (ambos em 1982), mas o filme mexicano mais extravagante de artes marciais seria lançado no ano seguinte, sob o nome de "Mercenarios de la Muerte".

Como pode ser apreciado pelo enredo, "Mercenaries of Death" teve a pretensão de fazer uma mistura entre o cinema de arte marcial e o Western. Embora pareça estranho a ideia de misturar esses gêneros não é totalmente irracional, já que o cinema de artes marciais moderno que surgiu com Bruce Lee se baseou diretamente em arquétipos clássicos e na história do Oeste. 

O roteiro de "Mercenários da Morte", escrito por Avinadain Bautista, não apenas leva elementos asiáticos e literalmente coloca seus monges orientais em uma pequena cidade no oeste selvagem. A história tem pretensões de um grande épico, com a chegada de Sung Ya obrigando os monges a se prepararem para a defesa da cidade que lhes deu asilo. 


No entanto, ao criar este híbrido de faroeste e artes marciais, Avinadain Bautista opta por explorar os velhos clichês de ambos os gêneros, diluindo o épico da história em longas cenas de treinamentos marciais, diálogos supostamente filosóficos e lutas pobres e rudimentares como uma delas na cantina, esquecendo-se de desenvolver o drama de seus personagens, que são estereótipos ambulantes. 

Mas, embora o roteiro seja de qualidade bastante regular, o filme poderia ter resultado bem mais interessante se não fosse a direção desastrosa de Manuel Muñoz e Gregorio Casal. 

 Rodado em locações de sets esquecidos daqueles faroestes mexicanos da década de 70, isso não seria um grande problema se não fosse pela simples câmera sem efeitos visuais e que tornam a falsidade do cenário mais perceptível. 


Da mesma forma, o desempenho das lutas foi filmada de uma forma que suas deficiências não puderam ser disfarçadas e é claro que muitas vezes percebe-se o não contato entre os atores também devido a posição incorreta da câmera. Os atores que lutam parecem evocarem o espírito de Bruce Lee através de gritos de gato e golpes mortais no peito de seus adversários. 

A fotografia, dos veteranos Fernando Colín e Ángel Bilbatua, muito fraca com iluminação totalmente deficiente e enquadramentos desfocados e fora de quadro. 

A atuação do veterano ator Emilio Fernández como o mestre Tata (monge de Shio Lang) vestido de sombrero mexicano, menciona suas falas severamente, embora ocasionalmente haja vislumbres do talento e carisma do velho ator. 

Os protagonistas Jaime Moreno e Gregorio Casal fazem talvez o pior filme de suas carreiras. Dificilmente encontraremos algo para salvar neste estranho filme de artes marciais em que incongruências e as inconsistências são constantes. 


Talvez seja a grande engenhosidade com que parece que foi realizado, dado o quão implausível é em muitas ocasiões. Em outras palavras, a verdade é que, sem querer, "Mercenaries of Death" é uma grande comédia de erros bastante surreais. 

Dentro das centenas de filmes de artes marciais feitos com o sucesso de Bruce Lee, "Mercenaries of Death" é sem dúvida um dos mais bizarros e mal executados de todos os tempos. 

Apesar de ser um dos maiores desastres do cinema mexicano, "Mercenarios de la Muerte" tem um estranho carisma. Talvez seja o fato de que é incomum ver uma fita de artes marciais feita no México, ou ver grandes atores da velha guarda (Fernández e os irmãos Víctor e Tito Junco) envolvidos em um projeto tão problemático como este. 

Apesar de suas deficiências, esse filme possui o seu carisma é inexplicável com o seu humor involuntário e estranho e dá para se divertir muito assistindo-o. 

Este filme é uma autêntica jóia do cinema trash, imperdível para quem se diz fã do cinema B mexicano e da história do Western no cinema mundial.


                                                                                  Trailer  

Link do filme: 
https://www.youtube.com/watch?v=z7CSUtKhMuw

 
Ilustração Fantasia
 

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