Portal dedicado ao Espaghetti Western

Letras-Lyrics-Song-Sung-Espaghetti Western-História-Músicas-Entrevistas-Curiosidades-Pesquisa-Opinião-Atores Brasileiros no Espaghetti Western-Atualidades-Homenagens-Resenhas-Sinópses-Subtitles/Legendas.
Mostrando postagens com marcador Manuel Muñiz (Pajarito). Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Manuel Muñiz (Pajarito). Mostrar todas as postagens

05 março 2016

Sei Una Carogna... E T'ammazzo! [O Mais Rápido dos Pistoleiros] Especial Brasil


O Mais Rápido Dos Pistoleiros - Brasil
Sei Una Carogna... E T'ammazzo! - Itália
Una Cuerda Al Amanecer - Espanha
Les Charognards Meurent À L'aube - França
An Eisai Zontanos... Htypa! - Grécia
You Are A Traitor And I'll Kill You! - USA
The Federal Man - Titúlo Inglês
  
Direção: Manuel Esteba              
Escrito: Manuel Esteba
Produção: Isidro Esteba, Elio Pannaccio e Gloria Sancho
Música: Daniele Patucchi e Vassili Kojucharov  
Fotografia: Girolamo La Rosa    
Edição: Enrico Rodriguez             
Decoração do Set: Donato Ventrella
Produção: Espanha E Itália 03 De Abril De 1974 Na França
Co Produção: Cire P.C., Universalia Vision M.P.1 Film
Duração: 79 Minutos

Pierre Brice - Barrett/Campanita/"Little Bell"
Steven Tedd - Tedd Calder
Fernando Sancho - Sebastian
Mónica Randall - Nancy
Marta Flores - Maria Morris/Esposa de Horácio
Antonio Molino Rojo - Jonathan/Roy/Capanga de Barrett
Raúl Aparici - Pregador
Gaspar 'Indio' González - Sr. Morris/Horácio,
Manuel Muñiz/Pajarito - Proprietário do Armazém White
Ferruccio Viotti - Capitão
Juan Fairen [Johnny Farren]- Johnny/Jogador no Primeiro Duelo
Miguel Muniesa - Xerife Mark/Stanton
David Rocha - Barret Jovem no Riacho [Flash Back]
E com Sergio Aparici, José Nieto  e Alberto Vila.


Existem duas versões diferentes do filme. A versão italiana dublada em inglês foi re-editada pelos produtores e é bastante diferente e talvez a maior curiosidade sobre a existência deste filme em relação a versão original espanhola. A versão em Inglês, "The Federal Man", é a do corte italiano.

A curiosidade deste filme são as notáveis diferenças editadas em duas versões disponíveis. Na edição italiana ela foi dublada em Inglês e é conhecida como aquela em que aparentemente chega um caçador de recompensas na cidade atrás de suas presas desafiando-os e matando-os em duelos justos pela região.

É um exemplo perfeito de filme de chacinas e alguns dos diálogos originais foram cortados, novas linhas foram criadas para as cenas sem diálogos, e vários elementos da história foram alterados (por exemplo, a identidade do atirador misterioso é diferente).

O produtor Elio Panaccio foi o responsável por esta versão adulterada, provavelmente em uma tentativa de fazer um filme mais aceitável para o público internacional, mas seus esforços não tiveram o efeito desejado nesta versão.


Este Espaghetti Western produzido na Espanha pelo diretor Manuel Esteban registrou aqui o seu único western. Tudo começa com um tilintar de um sininho na espora de um pistoleiro misterioso vestido de preto (que não vemos o rosto), e que entra em uma cantina e interrompe o jogo de quatro cavalheiros que jogam poker. Três deles fogem e o quarto (Juan Fairen), conhecido como Johnny enfrenta-o sendo vencido em um duelo justo e com uma morte violenta.

Ele sai de cena e nos créditos de abertura ao som de trompete e guitarra que por sinal muito estranho com várias ilustrações de serpentes e cobras reluzentes. Após a abertura começamos a conhecer os diferentes personagens. Steven Tedd (Giuseppe Cardillo) é um agente do governo chamado de Tedd Calder, enviado [pelo capitão do exército que é seu sogro] para uma cidade controlada pelo especulador implacável, o Sr. Barret (Pierre "Winnetou" Brice) e seus capangas.

Uma mulher solitária Nancy (Mónica Randall) também chega a cidade na mesma carruagem com Tedd. É o toque feminino do filme Antonio Molino Rojo é Jonathan, capanga e capataz contratado de Barret e, finalmente, o garimpeiro Sebastian é interpretado soberbamente por Fernando Sancho, à procura de ouro em uma mina próxima, desajeitado e engraçado, sempre acompanhado de seu fiel, divertido e melhor amigo (ele também dá uísque ao animal), Margarito.


As caracterizações estão entre os aspectos mais interessantes do filme.
O personagem Tedd Calder é um homem da lei estranho e sem atitudes reais para o papel, que causa a impressão de que não entendeu o roteiro e estava procurando entender o que deveria fazer no filme. Uma roupa e um cabelo tipo Elvis Presley que só mesmo em 1974 passava despercebido.

Pierre Brice é um assassino de olhar frio, auto-confiante, apreciador de charutos excessivamente longos e não pensa em outra coisa a não ser matar agricultores e tudo que se mete em seu caminho. Após atuar como herói em vários Winnetou, Pierre Brice aqui é mais odiado do que nunca por suas trapaças e assassinatos.

Através de uma cena de flashback, aprendemos que o pistoleiro Jonathan, uma vez salvou a vida de Barret e tornou-se seu mentor para todos os assuntos criminais da região. Desde então, estes dois delinquentes tornaram-se amigos e juntos, formam o poder aterrorizando a todos. Mónica Randall é Nancy, também é um personagem interessante; ela quer tomar a vingança da morte de seu pai por Barret a muito tempo atrás.


Pierre Brice e Fernando Sancho têm papeis mais profundos do que estamos acostumados a ver em outros filmes. Brice com olhar frio e rosto fechado do começo ao fim e mostra sua frieza em uma cena em que ele aponta discretamente um revólver na testa de Sebastian [Sancho] ameaçando-o de execução.

O impacto da cena funciona melhor do que qualquer outro tipo tortura como de costume no Espaghetti. Sancho faz o papel do garimpeiro bêbado e inofensivo, torturado para revelar onde está o seu ouro, mas na noite em que os bandidos de Barret executam o seu burrinho ele se transforma em um vingador. A morte do burrinho a sangue frio é realmente lamentável e você chega a sentir isso talvez pelo carinho que ele tinha com o animal. Eu acho que essa era a ligação por Sebastian não portar armas neste filme.

A trama para enganar os telespectadores funciona muito bem; com algumas falsas iscas que são colocadas no caminho errado, em relação à verdadeira identidade do atirador misterioso que aparece no começo ou pelo menos o mantêm ocupado e distraindo a sua atenção dos verdadeiros segredos que, eventualmente, serão revelados.

O filme não é muito longo e a versão em espanhol possui uma duração adequada de não mais que 79 minutos. Surpreendentemente o filme não contem brigas de saloon desnecessárias o que poderia tirar um pouco a seriedade do roteiro.

No geral, este é um filme de natureza melancólica que é mostrada na atmosfera de tentativas frustradas de se assassinar o pistoleiro misterioso. Tudo leva a algum tipo de "gran finale" menos para o galã e agente federal Tedd Caulder (Steven Tedd). Em alguns sites mencionam-se os créditos da música à Daniele Patucchi. Um tema com pitadas e um sentimento de uma predestinação e suspense mas na abertura são creditados mesmo à Vassili Kojucharov.

Depois de assistir a versão italiana, a versão original espanhola seguramente merece uma nota melhor. A história é surpreendentemente bem escrita, e pelo menos faz sentido (a versão italiana tem alguns personagens intrigantes e problemas na narrativa a não ser um par de duelos bem dirigidos como entre Sancho contra Brice em uma pacata e deserta rua da cidade e a fotografia que oferece alguns ângulos de câmera interessantes e ao mesmo tempo, não exagerados.
Talvez não seja um clássico, mas tem algo que nos atrai na curiosidade e desenrolar de seus fatos.


Existem diferenças nos créditos, mas Esteban é creditado como diretor e escritor. Nos Estados Unidos, teria sido creditado com pseudônimo americano, pois é um filme completamente diferente.
Cada parte do filme rodado por Esteban, na versão original espanhola foi totalmente alterada na versão italiana. A edição, o som, os diálogos e até mesmo o enredo foram alterados. Este filme é um cult e serve de exemplo e lição sobre como se fazer um novo filme com um história diferente sem nenhum dinheiro e somente com imagens e uma dublagem perfeita.

O filme ficou muito fraco em comparação a versão original mas ao assisti-lo você percebe que é outro filme. A empresa italiana envolvida, obviamente, não gostou de muitas coisas neste filme tais como: as conversas de Fernando Sancho com o seu jumento Margarito, as longas sequências de silêncios, a conclusão final da história, a relação entre os dois vilões, e outras curiosidades que foram alteradas como na abertura com um flashback feito por Barret (David Rocha) jovem é apresentado no início do filme.

Nesta ordem já não é mais um flashback e não há nenhuma indicação de que David Rocha pretenda ser Pierre Brice mais jovem como na versão espanhola. Muitas cenas foram cortadas para fazer o filme com mais ritmo. As cenas de Steven Tedd também são deslocadas da ordem original e as longas cenas com poucos diálogos são alteradas com muitos diálogos e mais palavras, convenientemente faladas sem mostrar o movimento das bocas dos atores.


Raúl Aparici faz aqui um pregador alucinado em uma atuação modesta, mas proposital porque na versão italiana ele será a peça chave no fechamento da história. O roteiro foi totalmente mudado pela dublagem, com alterações significativas para o resultado final plausível e planejado.

A ordem das cenas foi radicalmente e completamente alterada. Não é uma ou outra e sim uma reconstrução total e completa de outro filme. Uma aula de edição e dublagem que revelam com perfeição a identidade do pistoleiro misterioso em um final e completamente diferente da versão original. Todo esse trabalho de se fazer um filme na mesa de edição foi do co-produtor italiano, Elo Panaccio, responsável pela versão Italiana que inclusive deu um novo titulo ao filme.


Minha conclusão é de que a versão espanhola sempre será a original e melhor, mas o atrevimento e a criatividade da produção foram além dos limites, mas para matar a curiosidade dos afecionados, sugiro assistirem as duas versões. É mesmo muito curioso.

Esteban, obviamente, fez um esforço genuíno para fazer um filme real e, na maioria das vezes, faz um trabalho razoavelmente bom. Não há ação excessiva, mas o suficiente para manter as coisas em movimento e alguns elementos decididamente acima da média. Os lugares, cenários também são diferentes, mais verdes e originais. Você acaba conhecendo um pouco do interior espanhol.


 

19 março 2015

Agora Eles o Chamam Sacramento - Brasil [I Bandoleros Della Dodicesima Ora]


Agora Eles o Chamam Sacramento - Brasil
I Bandoleros Della Dodicesima Ora - Itália
Now They Call Him Amen - USA
Now They Call Him Sacramento - USA
Hijos de Pobres, Pero Deshonestos Padres... Le llamaban Calamidad - Espanha

Produção: Espanha – Itália - 23 de Dezembro 1972
Direção: Alfonso Balcázar (Al Bagran)
Duração: 83 minutos
Fotografia: Jaime Deu Casas
Escrito: Alfonso Balcázar - Giovanni Simonelli     
Produção; Francisco Balcázar
Musica: Willy Brezza           
Edição: Teresa Alcocer
Co Producão: Balcázar Producciones Cinematográficas e Variety Film Production


Michael Forest - Amen / Sacramento
Fernando Bilbao (Fred Harrison) - Jim         
Malisa Longo - Barbara / Jenny Mckinley
Paolo Gozlino - Xerife
Luigi Bonos - Old Tequila
Gaspar 'Indio' González (Gaspar Gonzalez) - Tony
Manuel Muñiz (Pajarito) – Homem do cemitério
Antonio Molino Rojo – Banqueiro, Sr. Cray
Fernando Rubio - Sam                     
Juan Fairen (Johnny Fairen)
E com Luigi Antonio Guerra, Juan Torres, Antonio Almorós, Manuel Bronchud, Mario Del Vago, Irene D'Astrea, César Ojinaga e Fabio Garriba.


Sacramento se junta a seus parceiros Big Jim e Old Tequila para roubar o dinheiro que está sendo enviado a uma cidadezinha do velho oeste em um trem destinado ao pagamento dos agricultores, porém, um outro bando pensa no mesmo golpe, e é então que os problemas começam.

O filme mostra em sua primeira e óbvia impressão de que foi um outra tentativa absoluta de recriar os Westerns da dupla Terence Hill e Bud Spencer (Eles Me Chamam Trinity).

Só que aqui, temos Michael Forest no papel de Terence Hill e Fred Harrison (Jim), trazendo seu punho de cima pra baixo  nas cabeças de seus oponentes, no papel que seria de Bud Spencer.
Não causaram absolutamente o efeito proposto nesta situação mas a tentativa foi boa.
Após a comparação o espectador tirará suas conclusões .

Malisa Longo [Veja entrevista exclusiva neste blog] faz uma camponesa muito atraente, mas em grande parte do filme esquecida. Ela faz a líder das mulheres dos colonos em crise com a falta de dinheiro.
Também há a atenção para o Banqueiro, o sr. Cray (Antonio Molino Rojo) [Era uma vez no Oeste] que é um dos principais corruptos envolvidos no roubo do dinheiro dos colonos.


Os três bandidos não tão brilhantes mas chegam a causar algumas, nada que será grandioso e inesquecível.
Não há surpresas na trama (ou seja, o dinheiro roubado continua passando de mãos em mãos entre heróis e bandidos [Trinity e Seus Companheiros].

A comédia é mais bem-humorada do que o original embora as cenas de Michael Forest e seu cavalo [Jumper - Lucky Lucke] devem ser apreciadas.
Ao final, uma batalha empolgante de aproximadamente quinze minutos de explosões com dinamites que destroem totalmente a cidade e pasmem, não são maquetes; grande parte foi destruída realmente com autorização dos Estúdios por serem cenários já condenados pelo tempo.
Os fãs não ficarão tão insatisfeitos assim após a destruição que compensa a falta do enredo do filme.

"Chamam-me Trinity" de Enzo Barboni, que após o seu lançamento em 1971 quebrou recordes de bilheteria no mundo e transformou o bonito e charmoso Terence Hill como Trinity e seu mal-humorado parceiro gigante barbudo, Bud Spencer como Bambino causou com isto a abertura das portas, e uma infinidade de duplas foram tentadas consequentemente pegando carona no sucesso dele.
Nenhuma dupla combinou tão bem quanto a original e muitas maluquices foram tentadas por diversos diretores.

Era só preciso ter um cara bonito, com um parceiro gordo, ou um cara bonito, com um parceiro alto, ou um cara durão com um covarde, ou um cara inteligente com um cara burro.
Era só ter a ideia, escolher os atores e jogar na tela.

“Agora Eles o Chamam Sacramento” é mais um destes e segue bem a fórmula.
Os dois parceiros sempre encrencados entre si.
Sacramento é como Terence Hill, bonitão, charmoso e astuto; um vagabundo esfarrapado procurando encontrar a sua próxima presa fácil para arrecadar fundos ilícitos.

Seu parceiro é o "Reverendo" Jim (o nome vem de seu disfarce favorito, traje de padre), um grandão, brutamontes, de cara fechada e com os punhos sempre prontos para arrebentar alguém, como Bud Spencer fazia.
Os parceiros estão vestidos de forma quase idêntica às roupas que usavam Trinity e Bambino.
Podemos notar Sacramento com o chapéu de cowboy esfarrapado, camisa cor de rosa desbotada e Jim cabeludo, escuro e barbudo e um par de suspensórios que mal consegue conter a sua barriga.


Os papéis são interpretados por Michael Forest e Fernando (Fred Harrison) Bilbao. Forest, um ator americano de renome, tinha uma longa lista de créditos da TV e Hollywood quando se mudou para a Europa, em meados dos anos 60.
Ele fez numerosas aparições em filmes italianos e também trabalhou como dublador. Fred Harrison, como ele é creditado aqui, ficou conhecido por destemido em filmes de lutas agressivas nos anos 70 na Europa. Old Tequila (Luigi Bonos) é pai de Jim e faz um papel semelhante à Tuco (o feio do trio).

O filme não é um desastre total, tendo cenas curiosas, criativas e engraçadas como a chegada de Sacramento à uma estação de trem no início do filme (seu cavalo não o levaria, apesar dos apelos de Sacramento) que entra em uma taberna e começam as confusões.

 Ele atrai a ira dos valentões locais dentro da taberna pedindo uma garrafa de leite, que logo se descobre que não é para ele, e sim para o seu cavalo. Sacramento, em seguida, pretende impressionar os desordeiros, oferecendo uma rodada de whisky com garrafas. Ele engole toda a sua garrafa como se fosse chá. Enquanto o trio de caras durões tenta acompanhar o seu ritmo. Num piscar de olhos, eles são embebedados e Sacramento corre pegando o trem que passa pela estação.


Enquanto isso, Jim, vestido como um pregador, está em outra taberna brigando por comida com um outro grupo de bandidos e da mesma forma embarca no mesmo trem de Sacramento.
Agora juntos eles roubam o trem e dão motivos para o quebra-quebra que perdurará por todo o filme.

Ao final, a verdade vem a tona, o banqueiro e o xerife corrupto, são desmascarados e envergonhados e
o dinheiro é devolvido aos agricultores.
Na destruição total da cidade, nossos heróis, sem saberem, descobrem petróleo em meio a devastação de tudo e partem da cidade em busca de outras aventuras e os habitantes da cidade são deixados pra trás, todos encharcados de petróleo do poço jorrando que a partir de agora é a nova riqueza do local.

Alfonso Balcázar fez trabalhos melhores dentre os seus vinte e nove filmes para o cinema, entre eles escreveu “Uma Pistola Para Ringo (1965).
Willy Brezza compôs uma música folk-rock, tema para o folgado e preguiçoso Sacramento intitulada "Sundown Son", creditado para o grupo Dream Bags. (Crambola).


Com a ênfase no humor pastelão e todos os clichês exigidos pelos fãs de tiroteios violentos, brigas e anarquias, este filme parece ter sido mesmo feito para uma tarde de sábado no tempo das matinês.
Se você for um fã pouco exigente e não conhece este filme, você vai se divertir com as palhaçadas em desfile.
Certamente não é um grande filme mas também não é um filme tão ruim, e os trejeitos de Trinity não podem ser ignorados. Michael Forest se esforçou muito para fazê-los
Um filme valorizado por gerações que consideram como elemento de estudo e análise durante o final da fase de produção do Espaghetti Western.

Encontrei uma cópia disponível em três partes na Web
Resolução 320 X 240 pixels
Duração: 83 minutos
Áudio Espanhol
Avi- Xvid
564 Mb
http://www.mediafire.com/?vnqtmwclvjqw0fz
http://www.mediafire.com/?18dstd2g3e3qzh3
http://www.mediafire.com/?40fu84jnxdddeud

28 julho 2010

O RETORNO DE RINGO

Giuliano Gemma aos 72 anos com sua segunda esposa.

“IL RITORNO DI RINGO”
“THE RETURN OF RINGO”
“BLOOD AT SUNDOWN - USA”

Produção Itália / Espanha 1966
Direção: Duccio Tessari
Música: Ennio Morricone, conduzida por Bruno Nicolai
Interpretada por Maurizio Graf
Duração: 95 min.
Fotografia: Francisco Marín
História: Duccio Tessari, Fernando di Leo e Alfonso Balcázar
Assistente de Diretor: Fernando di Leo
Estúdidos: P. C. Balcázar/Barcelona
Lançado pela Ocean Pictures no Brasil
Giuliano Gemma (Montgomery Wood) - Capitão Montgomery Brown
Fernando Sancho - Esteban Fuentes
Lorella de Luca (Hally Hammond) - Helen Brown/Hallu Fitzgerald
Nieves Navarro - Rosita
Antonio Casas - Xerife Carson
Manuel Muñiz (Pajarito) - Hipoméia/Morning Glory
George Martin - Paco Fuentes
Mónica Sugranes - Elizabeth Brown
Víctor Bayo - Jeremiah Pitt (Taberneiro)
Tunet Vila - Mimbreno (Médico Apache)
Juan Torres - Mimbres (Barman)
Jose Halufi - Gravedigging bandido
Fernando di Leo

No fim da Guerra de Secessão, Montgomery Brown, conhecido como Ringo, ex-capitão sulista volta para casa e encontra sua terra ocupada e sua família vítimas de bandidos mexicanos. Para piorar a situação descobre-se ouro no local.
Em “O Retorno de Ringo”, Ducci Tessari inspirado claramente na Ópera “Omero” consegue outro grande sucesso em sua odisséia fazendo a continuação à altura do primeiro episódio. Neste podemos já notar claramente o deserto árido do oeste spaghetti com a tradicional poeira e o fêno rolando pelas planícies e pela cidade de Ninbrace. Bem mais barroco do que “Uma pistola para Ringo” neste percebe-se logo na primeira cena que Giuliano Gemma está bem sujo e já está tomando um drink e não é mais aquele Ringo que mata por dinheiro, mas neste é por justiça pessoal e por valores muito acima do social; o emocional e o sentimental.


Tessari começava a se desgarrar definitivamente dos Épicos Romanos e Capa e espada que tanto dirigiu. Uma história emocionante e envolvente. Antonio Casas neste como xerife Carson está melhor ainda do que no primeiro assim como Nieves Navarro com sua beleza latino-espano aqui cantando e dançando e a atuação de “Lorella de Luca” divina como ex-mulher de Gemma.
Neste que já é também bem mais melancólico e sombrío, utilizou-se praticamente quase todo o elenco do anterior, pois a receita era simples; “em time que está ganhando não se mexe”. Mas pode-se notar que todos os personagens do primeiro exercem papéis diferentes nesta continuação. Escolhido por Tessari para desempenhar Ringo, Giuliano Gemma nunca faria idéia de que seria tão desejado pelas garotas do mundo inteiro nas década de 60 tendo sua popularidade sido comparada a dos Beatles. Realmente foi uma década de surgimento de grandes ídolos que se tornariam mitos. Assim como John Garko para “Sartana” Giuliano Gemma sempre será o Ringo oficial original.
As lutas mano-a-mano são um dos pontos fortes do filme, coisa que os italianos sempre fizeram melhor que os americanos e temos como um bom exemplo as lutas acrobáticas de Trinity e Bambino.

Lorella de Luca (Hally Hammond) aos 70 anos

Neste filme Giuliano Gemma teve sua cicatriz no rosto reforçada pela maquiagem disfarçando-a como um ferimento real ficando muito melhor nos close-ups, aqui mais explorados. O diretor sabia que ele carregaria esta cicatriz para todas as telas do mundo antecipando sua imagem com ela em outros vários filmes. O que ninguém sabia é que aos, 12 anos de idade quando brincava com os amigos em uma área rural na cidade de Réggio Emília na Itália, achou uma granada aparentemente desativada e ignorando o perigo, começo a brincar e ela explodiu em suas mãos e esta foi a causa da existência da cicatriz em seu rosto e por pouco hoje não teriamos o nosso Ringo.

Manuel Muñis (Pajarito), Giuliano Gemma, Hally Hammond e Tunet Vila

Neste segundo filme a trilha sonora é enorme, mas de todas elas a inesquecível mesmo acho que é a música tema do filme. Tudo neste filme é melhor que o primeiro. A história, a fotografia com ângulos mais bem elaborados com a mão de Fernando di Leo e Francisco Marín, a edição melhor planejada, as paisagens desérticas de Almería foram mais destacadas, um maior colorido nas roupas, e Morricone inovando sempre convidando pela segunda vez o cantor Maurizio Graf para interpretar a música tema assim como em “Uma Pistola para Ringo” que revelou a sua inesquecível e inconfundível voz.
Não é um filme perfeito, mas suas imperfeições e a falta de recurso aumenta o encanto do filme para o fã. Exibido na Brasil também com o título de “Ringo não discute... Mata!”. Recomendado a todos que gostam de uma boa e inocente aventura cult.

O ator Giuliano Gemma e esposa chegam para assistir à Kineo Diamanti al Cinema Award no Hotel Des Baines, durante o 65o Festival de Veneza em 31 de agosto de 2008 na Itália onde houve tambem um tributo a Sergio Leone exibindo vários westerns remasterizados com tecnologia de última geração.