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04 janeiro 2018

A Morte de Ty Hardin [Especial Brasil]


Mais um dos meus heróis cowboys da infância que consegui um breve contato através facebook e veio a falecer em 03 de Agosto de 2017 em Huntington Beach, California, USA aos 87 anos de idade.
O ator Ty Hardin, conhecido por estrelar grandes faroestes e também conhecido como "Bronco Lane" da série de TV americana (1958-1962) que conquistou o coração de toda uma geração de mulheres americanas.

Um veterano e verdadeiro patriota que viria interpretar um papel marcante em "Os Mortos Caminham" (1962), um clássico da Segunda Guerra Mundial e reapareceria na série de TV australiana, Riptide, em 1969.

Nascido em Nova York em 01 de janeiro de 1930, foi criado no Texas e serviu no exército americano durante a Guerra da Coréia e logo após o seu serviço militar, inscreveu-se numa das melhores escolas de arte dramática texana, a A&M.
Terminado o curso, mudou-se para a Califórnia e sob o pseudônimo de Ty Hungeford estreou no cinema em 1958 com alguns filmes B de ficção científica.


Depois chegava à TV onde assumiu a série Cheyenne com Clint Walker e logo após a série Bronco, volta-se ao cinema e se dedica aos Espaghetti Westerns após alguns westerns americanos como em o herói "Custer do Oeste" de Robert Siodmak, e “O Círculo de Sangue” de Jim O'Connolly e de 1962 a 1966 trabalhou em cinco longas bem sucedidos.

Existem boatos em que Sergio Leone teria mantido um contado e interesse para Ty protagonizar "Por Um Punhado de Dólares" que seria futuramente a vaga de Clint Eastwood. Ele era loiro, alto, atlético, bom ator e assim como Clint tinha na época os requisitos básicos de galã para o Western Espaghetti.
A partir dos anos 70, passou a dedicar-se à luta livre.

Na Europa, ao lado dos atores americanos Henry Fonda, Telly Savalas, Robert Shaw, Pier Angeli e Robert Woods, atuou no grande Clássico de guerra "La Battaglia dei Giganti" (Battle of the Bulge) [1965] dirigido por Ken Annakin, rodado na Espanha.

O seu primeiro Western Espaghetti foi "Pistoleiro do Vale Maldito" (L'uomo Della Valle Maledetta) [1964] de Primo Zeglio e Siro Marcellini e em seguida deixou a barba crescer para atuar em outros Espaghettis.

Fez "Acquasanta Joe" de Mario Gariazzo com Lincoln Tate, "Um Homem Chamado Sacramento"  (Sei Jellato, Amico Hai Incontrato Sacramento) [1972] do diretor Giorgio Cristallini o qual sabe-se que teve uma boa discussão durante as filmagens.
Assim como "Vingança Até o Fim/Django Tag Der Abrechnung" (Quel Maledetto Giorno Della Resa dei Conti) [1971] de Sergio Garrone foram filmes onde o dinheiro nem sempre era recompensável para pagar suas contas.

"O Dia do Julgamento/Olho por olho Dente por Dente" (Il Giorno Del Giudizio) [1971] de Mario Gariazzo foi o que melhor rendeu.

Em "O Último Rebelde" (The Last Rebel) [1971] dirigido por Denis McCoy, filmado na Itália protagonizado por Joe Manath, um campeão do futebol americano, além de um elenco de peso com Joe Namath, Jack Elam e Woody Strode, não foi tão bem aceito pela crítica. 
O rock de Tony Ashton em parceria com Jon Lord do Deep Purple era a trilha sonora. Muito radical para o seguimento.

Após essa derradeira decepção, Ty Hardin, de volta à América, fica totalmente perturbado, torna-se um militante de direita e um lutador fanático da liberdade que resultou em fundar "Os Patriotas do Arizona", uma espécie de organização neonazista atacando judeus e católicos fanáticos em todo o Arizona.


Em 1986 acaba envolvendo-se com o FBI que põe fim às suas convicções, sua fundação e seus associados. Sua carreira como ator foi encerrada em 2011 onde atuou em filmes sem importância e após isso adquiriu a doença de Alzheimer. 

Teve oito esposas, incluindo uma Miss Universo de 1962, e vivia atualmente com Carolyn Pampu Hardin [foto] e teve sete filhos em seus casamentos.
Como todo ser humano não era perfeito, mas conquistou seu espaço no cinema e na TV por um longo tempo.

A última homenagem foi prestada no Memorial Huntington Terrace Clubhouse, Florida St. em Huntington Beach Califórnia em 11 de Agosto 2017. R.I.P. Ty Hardin


 https://ok.ru/video/26647071435
Versão áudio Inglês Disponível 
 https://www.youtube.com/watch?v=m5WpXIy7nIU

03 abril 2014

Um Homem Chamado Sacramento [Sei Jellato Amico, Hai Incontrato Sacramento] Especial Brasil



Um Homem Chamado Sacramento - Brasil
Com a Morte no Olhar - Brasil
Sei Jellato Amico, Hai Incontrato Sacramento
You're Jinxed, Friend, You've Met Sacramento - USA

Produção: Itália/Espanha 13 de Abril de 1972
Direção: Giorgio Cristallini          
Musica Composta: Franco Micalizzi
Regência: Ginafranco Plenizio            
Harmônica: Franco De Gemini
Voz Solo: Edda Dell'orso
Coral 8+8 De Nora Orlandi
Cantores Modernos de Alessandroni
Música: “Jesus We Love You” – King e Micalizzi – Canta: David King "Annibale"
Música: “The Story of a Girl” – King E Micalizzi – Canta: Dana Ghia
Produção: Canadian International Film
Duração: 99 minutos
Fotografia: Fausto Rossi              
Edição: Amedeo Giomini            
Produtores: Luigi Sportelli e Ferdinando Poggi
Locações:  Almeria/Elios
Elios Estudios – Roma


Ty Hardin - Jack Thompson/Sacramento
Christian Hay - Jimmy/Jim Thompson
Jenny Atkins - Maggie Thompson  
Giacomo Rossi Stuart - Tom Murdock
Krista Nell - Evelyn
Stelvio Rosi (Stan Cooper) - Hike/Ike
Dana Ghia – Rosy/Rosie
Silvano Tranquilli – Banqueiro Doc/O'donnell
Giovanni Cianfriglia (Ken Wood) – Braço Direito De Murdock
Salvatore Furnari – Barman Anão
Pietro Torrisi – Kid Dynamite
Carla Mancini – Massagista de Hernandez
Ferdinando Poggi (Nando Poggi) - Xerife
Domenico Cianfriglia – Capanga de Murdock
Rocco Lerro – Capanga de Murdock – Tolby
Martina Orlop – Mulher do Mexicano Hernandez
Alessandro Perrella – Capanga de Murdock com barba
Clemente Ukmar – Capanga de Murdock – Chapéu branco
E com Roberto Fizz (Robert Fiz) e com Gianni Fanelli, Kathrin Asimus, Enrico Casadei, Raffaele Fanelli, Milla Johansson, Lucia Mancini, Renato Pietrini e Virgilio Pont.



Jack Thompson (Ty Hardin) é um fazendeiro respeitado também conhecido como Sacramento, vive com seus filhos Jim e Maggie e seu capataz e namorado de Maggie, Ike em sua fazenda. No entanto, além disso, é um bom pugilista amador, charmoso, canastrão e exibicionista que está sempre se metendo em encrencas e lutas de bares dando prejuízos a dona do saloon local, dando pouca atenção a sua fazenda.
Tom Murdock é o seu inimigo que perdeu muito dinheiro envolvendo apostas em lutas contra Sacramento em São Francisco e Dallas ha alguns anos atrás além de atrapalhar seus golpes sujos de roubos e jogos.


Na primeira tentativa de vingança, Murdock tenta armar uma cilada para Sacramento em uma pedreira e tem quase todo o seu bando dizimado por Sacramento que acaba sendo capturado e é salvo pelos filhos no momento de ser enforcado e Murdock consegue fugir. Em seguida, tentando mais uma vez sua vingança contra Sacramento, Murdock assalta o banco de O´Donnell, onde estavam depositadas todas as economias de Sacramento e não se contendo com isso além da confusão que arrumou na região e os preparativos para uma grande luta de boxe prestes a acontecer entre Sacramento e Dynamite, Murdock sequestra Maggie, a filha de Sacramento que pede um resgate de $ 20.000 dólares que alega ter sido parte de seus prejuízos causados por Sacramento.


Após receber a notícia de sequestro durante a luta de boxe, Sacramento planeja entrar de surpresa na fortaleza de Murdock para libertar a filha Maggie. Um velho Monastério muito bem guardado pelo bando de Murdock. Pede ao seu filho Jim, seu capataz Ike e o banqueiro da cidade O'Donnell (Silvano Tranquilli), para ficarem encarregados de arrecadarem o dinheiro do resgate e encontrá-lo no local designado por Murdock no Passo do Diabo. O que se segue é uma infinita batalha entre Sacramento e o bando de Murdock. São várias situações de Sacramento para eliminar os bandidos um a um até encontrar a filha.


Filme com ação, mas não tão vibrante dirigido por Giorgio Cristallini. A fotografia de Fausto Rossi e a trilha sonora composta por Franco Micalizzi realizada para este Western Espaghetti tem como atração, a luta de boxe na época do pioneirismo da América. Ty Hardin, um ator de destaque nos filmes B e série como em “Bronco” dos anos 70; Giacomo Rossi Stuart, e Stelvio Rosi (Stan Cooper) nos seus principais e adequados papéis .


A presença da bela austríaca Krista Nell neste filme com cabelos negros interpretando Evelyn, mestiça cigana que trabalha na fazenda e é a namorada do patrão Jim Thompson (Christian Hay), filho de Sacramento. Ela faz uma discreta cena de nudez com Christian Hay, mas que pouco pode se ver de seu corpo nu em um celeiro da fazenda.
Dana Ghia (Rosy) é a proprietária do saloon que promove curiosamente lutas noturnas no interior do saloon onde é montado o ringue com juiz oficial, apostas e tudo o que exigia-se de uma luta na época.
Jenny Arkins aqui em seu segundo e último Espaghetti Western.
O primeiro foi "Il giorno del giudizio” [O Dia do Julgamento – 1971 – Brasil] como a garota do circo.



Aqui ela é Maggie Thompson, filha de Sacramento que está muito bonita, hábil com chicote, e até doma cavalos selvagens provando ser fazendeira de verdade, mas com pouca expressão. Maggie na verdade é a mulher que tem a casa, a fazenda e o controle de tudo nas mãos.
Uma curiosidade divertida é ver o cavalo de Sacramento muito talentoso chamado de “Ringo” que demonstra muita inteligência e obediência a Sacramento bem parecido ao Jolly Jumper de Lucky Luke com Terence Hill.
E Ringo tem algum papel fundamental para o desfecho de algumas situações: Finge-se de morto e consegue até buscar ajuda para Sacramento quando está prestes a ser enforcado. Outra situação é quando entra na cidade conduzindo um barril de madeira em uma carroça como isca para os bandidos para que Sacramento consiga concluir seu plano e logo em outra sequencia, empurra sozinho outra carroça de fogos de artifício para dentro do saloon colocando os bandidos em pânico.


Um filme notoriamente perceptível realizado nos anos 70, pela influencia de um figurino extravagante e cabelos ainda pertencentes a uma era Hippie. Uma paisagem com um verde mais acentuado na vegetação típica da época e lugar das locações na Espanha.
A história é simples, meio confusa e não se guarda muita coisa dela.
Outras curiosidades que poderiam ser lembradas são: Um hino gospel louvando Jesus executado com trompete por um mexicano em meio a todos os aldeões chegando da lavoura para o descanso na fazenda, enquanto Krista Nell se entrega em uma dança muito estranha para o tema.


As lutas de boxe, as quais presenciamos no filme são duas: uma no deserto entre Jim e Ike sem luvas e outra no saloon entre Sacramento e Kid Dynamite (Pietro Torrisi), o campeão de Salt West. Elas poderiam ter sido melhores executadas. A primeira luta com os movimentos em Slow-motion definem muitas falhas de golpes que não atingem o seu objetivo e isso prejudica um pouco o resultado, apesar de os lutadores procurarem evitar o combate por se tratar de um capataz e seu patrão forçados a lutarem pelo dono da fazenda, Sacramento.

Com o elenco escalado para o filme e talvez um roteiro mais sólido, Sacramento poderia ter sido um Clássico inesquecível porque a trilha sonora e a direção garantem o seu trabalho, mas mesmo assim ainda é definitivamente acima do nível de outros europeus desta época.
Ironicamente o filme fez muito sucesso por que o Box e as lutas Marciais Asiáticas estavam em evidência no mundo e muitos produtores investiram nesse seguimento e tudo o que aparecia no cinema ligado ao assunto, fazia sucesso.


Giorgio Cristallini começou sua carreira no cinema nos anos 40. iniciou como assistente de direção de Goffredo Alessandrini. Nesta função, ele trabalhou até meados dos anos 60, mas atuou também em alguns filmes como o diretor principal responsável. Sua estreia como diretor foi em 1948 com o drama (Giudicatemi !) com Roldano Lupi no papel principal.
Juntamente com o diretor Ferdinando Baldi encenou em 1954, a comédia musical (Assi Alla Ribalta), do histórico com Ugo Tognazzi, Tino Taranto, Alfredo Rizzo e Carlo Croccolo, era um elenco soberbo . Seguindo como considerável e discreto diretor já nos anos 70, fez “I Quattro Pistoleri di Santa Trinità” com Peter Lee Lawrence, este “Sei Jellato Amico, Hai Incontrato Sacramento” (Eles o Chamam Sacramento) com Ty Hardin no papel principal.



Em ambos os filmes, respira-se claramente o ar dos anos 70 solidificando o seu estilo por influencia desta época e em ambos teve o privilégio de trabalhar com bons elencos.
O velho agitador Sacramento interpreta o barbudo e sempre bem-humorado ator americano Ty Hardin, que fez aqui o seu último, de um total de cinco participações nos Espaghetti Westerns.
Talvez o melhor dos cinco seja um dirigido por Mario Gariazzo “Il Giorno Del Giudizio”, menos confuso e muito bem em seu papel de divertido e brincalhão, também com atmosfera dos anos 70.
Em “Sei Jellato Amico, Hai Incontrato Sacramento” Hardin interpreta o fazendeiro, que mesmo com idade avançada, não consegue parar de fazer bobagens e se diverte usando seus punhos no ringue.


Hardin, que protagonizou o seu Espaghetti Western de estréia em 1964 em “L' Uomo Della Valle Maledetta” do diretor Primo Zeglio, não teve com o diretor Cristallini uma relação muito boa.

De acordo com seu assistente, Ferdinando Poggi, a opinião de Hardyn não era aceita pelo diretor e se conversavam e se comunicavam somente através de um intermediário.

Hardin também fundou em 70 um grupo racista e anti-semita chamado “Patriots Arizona”, trabalhou como, um pregador fundamentalista cristão e teve, portanto, problemas com o FBI. Provavelmente não foi uma agradável peregrinação em prol do “Senhor”.

Divorciou-se de Jenny Atkins depois de quase três anos de casamento, de 1971 a 1974. Ela aqui neste filme como sua filha "Maggie".  Uma das mais lindas atrizes da época. No entanto, Hardin pareceu-se muito bem humorado e confortável em fazer “Sacramento”. Divertido e gentil mas talvez já estivesse em uma provável crise conjugal com Jenny durante as filmagens.

Murdock é interpretado por Giacomo Rossi-Stuart , que teve outras participações no gênero e, provavelmente, teve seu melhor desempenho em “Deguejo” do diretor Giuseppe Vari. Em Deguejo, Giacomo Rossi-Stuart é filho de um agricultor que vinga seu pai e tem que enfrentar Dan Vadis .
Aqui, ele assume o papel do vilão que tenta emboscar e eliminar Sacramento por várias vezes, em vão. Entre os homens de seu bando encontramos Giovanni Cianfriglia (Ken Wood), outro rosto conhecido nos Espaghettis que interpreta o braço direito de Murdock.

Uma cena engraçada é quando Sacramento desafia Murdock para um duelo na rua somente entre os dois, de homem a homem sem envolver o resto do bando e Murdick não tem como não aceitar, e é obrigado a sair para o duelo mas consegue fugir do duelo dizendo: "Você é muito rápido Sacramento mas isso não quer dizer que eu perdi", obviamente, fazendo-nos rir.
Outro clichê que pode ter saído de um filme da trilogia de Sabata ou Sartana é a arma camuflada na cabeça de uma cobra no cabo da bengala do banqueiro que chega até a salvar a vida de Sacramento em uma briga no saloon provocada pelo próprio banqueiro.




Uma situação meio que confusa é a cena em que Sacramento vai a fronteira para pedir ajuda a um amigo, um bandido mercenário mexicano “Hernandez” para ajudá-lo a encontrar sua filha e para isso Sacramento deve fazer um favor ao mexicano conversando com o governador do México para que Hernanedez possa voltar ao México com um salvo conduto do governardor.
Hernandez diz estar cansado de matar xerifes e não conseguir nunca sair da miséria. Sacramento promete a ele tentar fazer isso, mas esta situação não é concretizada no filme.

Outra cena aparentemente sem finalidade alguma é o encontro de Sacramento a caminho da fazenda onde faz uma parada com seus cowboys em volta a uma fogueira na madrugada, cuidando de um gado que não existe e não se ouve um mugido de boi. Coisas de um roteiro que Cristallini poderia ter sido melhor aproveitado. Sacramento também força seu filho Jim a boxear contra Ike e o considera muito covarde, pois ele tem uma paixão artística em desenhar cavalos que para ele são mais valiosos do que mulheres.
O capataz é Stelvio Rossi, (Pochi Dollari per I McGregor - La Muerte Busca un Hombre) de José Luis Merino.



Silvano Tranquilli é Doc O'Donnell, um banqueiro que ainda tem contas pendentes com Sacramento envolvendo relação amorosa com a mesma mulher. Pietro Torrisi, musculoso ator de Pepluns, aqui
é  Kid Dynamite, lutador profissional que vem para um desafio de box contra Sacramento.


A luta parece não ter fim, mas é envolvente.
Salvatore Furnari é o anãozinho barman com presença discreta e já visto e inesquecível em outros Espaghettis como em “I Quattro Pistoleri di Santa Trinita” do próprio Cristallini.

Interpretou o barman e desta vez não ficou escondido porque instalaram um trilho por traz do balcão em que ele pudesse se deslizar sobre um dispositivo com rodas e ser visto durante uma cena em que serve cerveja ao banqueiro O´Donnell.
Muitas vezes não conseguimos entender perfeitamente o que o diretor pretendeu transmitir em algumas cenas, mas deixou um filme divertido e até gostoso de assistir.

Você fica esperando a próxima cena te surpreender com empolgação, mas ela não vem com intensidade. Isso talvez traga algumas frustrações a alguns fãs dos Espaghettis.

Tecnicamente, Cristallini dirigiu o filme com competência e obteve um bom resultado técnico, mas sem as estruturas que tornam o gênero muito mais interessante.


Mas há pelo menos duas belíssimas cenas de destaque:
O Rancho Thompson que lhe dá a sensação de que você estivesse realmente no México, o que não é verdade, e especialmente as grandes ruínas do Monastério, em que o desfecho final ocorre e é realmente um cenário grande e incomum.
Como já descrito, o filme é um desfile da moda dos anos 70, muita gente de barbas, bigodes, costeletas, roupas coloridas e uma trilha sonora recheada de muito jazz pop, composta por Franco Micalizzi.
Além da "música título" e empolgante, parece ter sido elaborada para Sacramento e Ringo, seu cavalo.
Temos uma Edda Dell´Orso executando “ Il Cielo Negli Occhi”, uma sublime canção vocal para o casal romântico Jim e Evelyn durante um encontro no celeiro [espionado por Sacramento pela fresta da madeira].


O Sincronismo da trilha sonora também está em ordem musical com a edição e isso enriquece o filme.
A trilha sonora original mesmo, só foi lançada em 2007 pela Digitmovies em um CD duplo incluindo também a trilha sonora de “I due volti dela Paura” também de Franco Micalizzi.
Assisti a uma versão de Sacramento dublada em português para TV brasileira exibida três vezes na TV Record na série “Bang Bang à Italiana”.
Foi em 27 de Julho de 1983, 30 de Maio de 1984 e pela última vez em 27 de Abril de 1988. Interessante é que nesta versão da TV havia um final diferente no filme. Havia um casamento triplo de Sacramento com Rosie, a dona do saloon, Jim com Maggie e Ike com Evelyn e hoje ainda não obtive informações da existência desta rara versão. Ainda estou procurando-a.


CD realizado usando um tape master estereofônico do original de 33 rpm preservado pela RCA em um álbum produzido por Luca di Silverio em 1972.

Criador da trilha Sonora de "Lo chiamavano Trinità", Franco Micalizzi, foi também o responsável desta maravilhosa trilha sonora que certamente ficaria bem em até mesmo qualquer filme de Sergio Leone.

Como músico, considero uma das 10 melhores do Espaghetti Western.

Filme On Line na versão Alemã. 
http://www.videovalis.tv/videos/1169-man-nennt-ihn-sacramento-western-video 

Sacramento – Tema - Youtube  
Sacramento – Il Cielo Negli Occhi – Edda Del´Orso - Youtube

07 outubro 2011

Quatro Pistoleiros Para Trinity

Os Quatro Pistoleiros De Santa Trinità
I Quattro Pistoleri Di Santa Trinitá
Four Gunmen Of The Holy Trinity - USA
Four Pistols For Trinity - USA

Produção: Itália 1971
Direção: Giorgio Cristallini
Duração: 97 minutos
Música: Roberto Pregadio
Fotografia: Alessandro D´Eva
Escrito: Giorgio Cristallini & Ted Rusoff
Produção: Buton Film – Russo di Pagliara
Distribuição Original Brasil: Reserva Especial

Peter Lee Lawrence - George Shelley
Evelyn Stewart (Ida Galli) – Julia/Lulie
Raf Baldassarè (Ralph Baldwin) – Líder dos Bandidos
Valeria Fabrizi - Adeline Martinez - Cantora
Salvatore Furnari - Ned - O Anão
Philippe Hersent - Xerife Thomas
Daniela Giordano - Sarah Baldwin
Antonella Murgia - India Ana
Daniele Vargas - Gomez/Thompson
Umberto Raho - Quinn Palladine
Raymond Bussières - Dr. Johnson/Gordon e com Tonino Pierfederici, Paul Oxon, Filippo Antonelli, Antonio Buonomo, Katia Cardinali, Bernadette Frank, Giglio Gigli, Mimmo Maggio, Luigi Mannoia, Alessandro Perrella, Aldo Sala e Marcello Tamborra.


Escapando por acaso do massacre de sua família por bandidos que desejam apossar-se dos documentos de suas propriedades inclusive de sua mina de ouro, Sarah Baldwin recebe a ajuda de um ex-soldado disfarçado de jornalista George Shelley (Peter Lee Lawrence) e do xerife Federal Thomas (Philippe Hersent) que viajam juntos para poder desmantelar um bando de traficantes de armas liderados por um certo "francês" conhecido como Quinn Palladine e seu sócio Gomez, além de estarem envolvidos também em outros negócios obscuros em uma região tomada por sangue e violência. Unindo-se a eles, Sarah carrega consigo os documentos preciosos de suas propriedades e chegam a um amigo dono de uma pousada “Papa Martinez” próximo a uma reserva indígena e através dele chegam aos culpados dos crimes. Presenciam contrabando de armas com os índios e são feitos prisioneiros, mas George reage e acaba descobrindo toda a trama. Isto faz com que os criminosos alterem seus planos desencadeando uma série de acontecimentos que levam a um final sangrento onde George e Quinn travam uma luta desesperada pela vida, antes de encontrarem a traição e a morte pelo caminho.
Um dos dois Westerns italianos dirigidos por Giorgio Cristallini, o outro “Sei jellato amico...hai incotratto sacramento - 1972” (You’re Jinxed, Friend you´ve met Sacramento - USA) estrelado por Ty Hardin conhecido no Brasil com o título de "Com a morte no Olhar".
Neste aqui percebe-se claramente a intenção em vender-se o personagem Trinity tanto afamado ainda no início dos anos setenta que nada tem a ver com Terence Hill e muito menos na história, onde não se ouve nem comentários sobre o personagem.

Após este filme ainda foram feitos alguns até melhores mas o Espaghetti Westerns começava a contar seus dias de glória. Um roteiro muito fraco, edição pouco cuidadosa, personagens negligenciados em suas atuações. O filme parece que quando começa a ganhar tensão, joga-se um balde d´água gelada e começa-se tudo novamente. Fica parecendo realmente um filme B ou seria C?
Algumas cenas condenam o roteiro do filme como pôr exemplo, quando a jovem Sarah é perseguida por cinco homens e um simples jornalista consegue matar dois deles com uma Winchester-cano-curto logo na primeira cena. Com aquela eficácia daria para o Xerife ou até mesmo Sarah perceber que George ganha a vida matando e não escrevendo para jornais e todos presenciam e aceitam naturalmente aquela cena sem qualquer comentário.
Um oficial do exército que faz escolta a diligência avisa aos viajantes na parada da Pousada que "os índios estão prontos para atacar desde a noite de ontem". Ora se os índios vão atacar, não poderiam anunciar antecipadamente. Seria uma idiotice. Em outra situação Gomez diz que os índios atacam durante o dia. Dia ou noite? Um corte de edição de 5 segundos em uma cena em que Sarah, George e Thomas saindo do local do primeiro encontro seguem rumo a pousada não seria necessária já que não altera em nada a sequencia da história. Um médico pianista? Enfim... se assistirmos com atenção vamos perceber muitos outros erros que um “Leone” abominaria.
Os scripts parecem caminhar em marcha lenta no andamento dos acontecimentos, sem uma lógica direcionada a ação. Faltou capricho do roteirista, faltou um diálogo mais envolvente, edição e montagem negligenciadas e descuidadas. Neste, um Peter Lee Lawrence fora de sintonia. Acho que o filme passa-se muito tempo parado na Pousada de “Papá Martinez” e seus arredores e como agravante tornando-o um pouco monótono na evolução das sequencias. Demofilo Fidani conseguia resultados até melhores em um Único Set.
Ao lado de Lawrence no papel principal feminino está Ida Galli (sob seu pseudônimo de Evelyn Stewart) desempenha Julia, uma antiga paixão, cuja relação ainda não se resgatou, e em relação a esse relacionamento o final do filme torna-se até surpreendente.


Raff Baldasarrè sob o pseudônimo de Ralph Baldwin em um de seus papéis habituais como um fora da lei corrupto sem escrúpulos em que um de seus principais objetivos é o de “não deixar pistas ou testemunhas”.
Uma aparição constrangedora de Daniele Vargas, (‘Will Rogers’ - Cemitério sem Cruzes - 1969) com uma peruca estranha em um western, é Gomez, um dos conspiradores em possuir as propriedades dos pobres. Infelizmente todos estes atores bem sucedidos no Western Europeu não conseguiram um efeito e um resultado muito positivo neste filme. Não foi por culpa deles e sim de inexperientes produtores por trás das claquetes.
Um pistoleiro maldoso vestido de preto, uma jovem ingênua e íntegra, o elegante líder, um aproveitador mulherengo e corrupto, todos com problemas de relacionamento formam uma quadrilha secreta que fora intitulada pelo diretor de "Os franceses".



Aos fãs e adeptos do Western Espaghetti vale somente pela presença de Peter Lee Lawrence em mais um de seus poucos filmes e a trilha sonora inovadora.
As referências destes filmes mais fracos deste seguimento devem ser analisados também e merecem o respeito de diretores inexperientes como Cristallini de tentarem inovar e construir algo diferente e independente de ser um filme bom ou ruim ficam registradas aqui nossas homenagens a todos que fizeram parte desta história hoje considerados Cult que vem conquistando também as novas gerações.
A trilha sonora é algo que gosto de tratar à parte. Esta é de Roberto Pregadio, bem sucedido maestro do Espaghetti Western por exemplo nas composições feitas para os filmes (O Pistoleiro da Ave Maria - 1968 e o Último Matador - 1969). Consideradas músicas inovadoras para o gênero, temos um Jazz Pop tradicional para época em filmes de “007, o James Bond” hoje muito rara que intitúla-se “It was a Joke” interpretada magistralmente pela bela voz da cantora Valeria Fabrizi que em alguns momentos da execução da música, assemelha-se muito à voz da recentemente falecida cantora Amy Winehouse.Infelizmente a música não acrescenta nada a trama, completamente fora do contexto acompanhada em um órgão pelo “médico pianista” com uma grande orquestra de fundo que não existe e causa muita estranhesa na cena. Enfim vamos considerar somente o contexto artístico do brilho da composição em execução.Outra faixa que marca o filme é “Julie” com letra de Cássia Umiliani e Roberto Pregadio interpretada pela voz forte e marcante do cantor Peter Boom. No início do filme Peter Lee Lawrence está tocando um violão dublando um trecho desta música com a voz de Peter Boom. Outra coisa estranha é ver Lawrence tocando violão e cantando com a voz de Peter Boom; Nada a ver.
São curiosidades que conseguimos hoje após tantos anos redescobrir e divulgar a uma grande massa de fãs e adeptos deste seguimento artístico.
Exibido em Bang Bang à Italiana da Rede Record de Televisão em 23 de Setembro de 1982 e 06 de Novembro de 1985.

Bang Bang à Italiana Vol 1 RCA Ripped LP 1966