Produção: Minas Gerais - Brasil
Direção: Schubert Magalhães
Música: Tavinho Moura
Fotografia: Oswaldo de Oliveira
História: Schubert Magalhães
Edição: Mário Carneiro
Produção: Victor de Almeida e Flávio Werneck
Direção de produção: Ivan de Souza
Cia. Produtora Del Rey Filmes
Roberto Bonfim - João de Deus
Esther Mellinger - Dinorah
Renato Andrade - Sinhô violeiro
e com Angelito Mello, Milton Ribeiro, Lorival Pariz, Jorge Karan, Ruy Polanah, Emmanuel Cavalcanti, Antônio Araújo, Alvaro Cordeiro, Jota D'Ângelo, Ivan De Souza, Assis A. Horta, Ernesto Moura, Geraldo Neves, Zenon Pinto, Geraldo Prudêncio, Waldomiro Reis e Sérgio Ricci.
Sempre considerado e incluído entre os filmes característicos do Cinema Marginal brasileiro mas com o passar do tempo a crítica já não o trata como uma obra que se filie a esse movimento, marcadamente paulista e carioca, mas que manteve relações com ele, na medida em que foi contemporânea e apoiou-se na mesma base de produção.
O filme foi rodado em 1972 numa região compreendida entre Curvelo e Diamantina e teve como protagonista o ator Roberto Bonfim, no papel do vaqueiro João de Deus, quando já se esgotava o Cinema Novo e a produção cinematográfica nacional, buscava outros rumos, pressionada pela censura do regime militar e pela necessidade de se autosustentar, oferecendo ao público um produto mais comunicativo e menos politizado.
Sendo uma produção de concepção totalmente mineira [Minas Gerais-Brasil], resultado de um movimento tardio de cineclubistas e críticos que se aventuravam na realização cinematográfica, imaginávamos um filme que tivesse a ver com o nosso substrato cultural.
A inspiração que imediatamente nos conduziu foi a grande literatura de Guimarães Rosa e o universo mítico do Grande Sertão, que já tinham rendido um bom filme paulista, rodado em Minas, com gente mineira no elenco e na produção: “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Roberto Santos.
“O Homem do Corpo Fechado” optou, porém, mais pelo rústico e barroco mundo do Grande Sertão Brasileiro, do que pelos dilemas metafísicos e existenciais intelectual de costume. Ao contrário, o conflito fundamental foi buscado no cotidiano mineiro, mas solucionado à maneira dinâmica do western, com muitas cavalgadas, lutas corporais e duelos, tendo por fundo a geografia inóspita e o horizonte imenso assim como no Espagehtti Western Europeu. A opção se mostrou acertada em todos os sentidos.
O filme foi visto na época e a avaliação que resiste até hoje é de uma obra genuinamente mineira, com características originais da nossa humanidade e do nosso ambiente natural e cultural, magnificamente traduzidas pelos elementos constitutivos da obra cinematográfica, como atuação, fotografia, música, cenários e figurinos, ordenados por uma direção e uma montagem vigorosas.
Um Espaghetti Western à Brasileira, mas muito realista narrando e mostrando uma história típica de poder e vingaça. A trilha sonora, a propósito, foi assinada por Tavinho Moura e contou, em sua execução, com nomes como Toninho Horta, Sirlan Antônio, Aécio Flávio, Novelli e o próprio Renato, entre outros.
Um final surpreendente com a morte de um poderoso coronel, Trajano dos Reis, que põe pistoleiros contratados para caçar um ex-empregado de sua fazenda por ele ter sequestrado uma jovem que vivia em cárcere privado por ele. Uma sina de sangue e vingança atrás de João de Deus, um vaqueiro destemido e corajoso que supostamente teria sequestrado Dinorah sem saber de que ela poderia ser a filha do coronel. O final fica para a interpretação do espectador.
As soberbas atuações de Roberto Bonfim como o vaqueiro João de Deus e do coronel Trajano dos Reis eniterpretado pelo espetacular Angelito Mello [o Fernando Sancho brasileiro] é inesquecível.
Isso só foi possível porque pudemos contar, para montar a produção em bases profissionais, com a infra-estrutura do cinema brasileiro daqueles anos, instalada no Rio e em São Paulo, que nos forneceu quadros e metodologias do Cinema Novo, da pornochanchada e do Cinema Marginal.
Uma produção feita com carinho e um resultado magnífico que marcaria uma mudança radical na forma de se fazer cinema no Brasil explorando a vida natural do campo.
Exitem cópias hoje disponíveis na Web como no Torrent e Youtube.
Estou disponibilizando uma legenda [Subtitle] em Português brasileiro para que se possa através dela conseguir a tradução para outros idiomas.
Disponibilizo também uma legenda em Inglês [Básico] para que interessados possam entender a história em qualquer parte do mundo. A legenda foi elaborada para uma versão estendida de 106 minutos do Youtube, que é a versão sem cortes de sensura do Brasil.
Existem outras disponíveis também em 86 minutos.
Legenda [Subtitle] Português Brasil e Inglês
Angelito Mello - Mini Biografia
O ator Angelito Mello nasceu na cidade de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, em 1919 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1989. Iniciou sua carreira como cantor de tangos.
Ele fez cinema e televisão. Sua estreia em cinema foi em 1953, no filme: “Toda a Vida em Quinze Minutos”. Ele atuou em mais de 30 filmes, sendo alguns de bastante sucesso. Sua atuação em televisão, teve início na TV Tupi, do Rio de Janeiro, quando participou da novela: “O Sheik de Agadir”, em 1966. Era o vilão Hibraim.
Participou de inúmeras novelas, muitas delas na Rede Globo de Televisão. Fez: “O Cafona”; “Bandeira 2”; “O Bem Amado”; “Sinhazinha Flô”; “O Astro”; “Memórias de Amor”, “Terras do Sem-Fim”, “Dona Beija”. Essas últimas na Rede Manchete de Televisão.
Seu personagem mais famoso foi o Mestre Ambrósio, irmão do Zeca Diabo, na novela: “O Bem Amado”, de Dias Gomes. Angelito Mello faleceu de desastre de automóvel, quando se dirigia para Magé, onde tinha um sítio, e percorria a rodovia Magé-Manilha. Estava com 70 anos. Possuia grande semelhança com o ator espanhol Fernando Sancho, astro dos Westerns Espaghettis.
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