"Per qualche dollaro in più" - Italy (original title)
"For a Few Dollars More" - International (English title), UK, USA
"A Few Dollars More" - Philippines (English title)
"Por Mais Alguns Dólares" - Portugal
Algumas curiosidades são interessantes ressaltar nas produções dos Westerns Espaghettis. Curiosidades estas que são descobertas e reveladas muito tempo ou talvez até muitos anos após o sucesso do filme.
Até mesmo os grandes mestres do cinema deixam passar desapercebidos alguns detalhes que as vezes nem mesmo eles ficaram sabendo de seus erros.
Temos um exemplo claro e evidente que deve ter havido uma falha de comunicação ou a falta de maior envolvimento da equipe de contra-regra e produção em um simples cartaz de "Procurado" envolvento José Terron, um simples ator coadjuvante, que quando se vê o seu rosto pela primeira vez na tela, da pra sentir o que Leone pretendia com isso: Que todos sentissem que aquele era mesmo um homem mau, assassino e perigoso procurado pela justiça e que todos desejariam ve-lo morto e essa é a impressão que ele consegue passar nesta cena antológica. José Terron se tornaria famoso pela sua feiura e outros ficariam famosos com simples papéis cedidos por Leone assim como Klaus Kinski tambem neste filme como o Corcunda do bando de Índio e Peter Lee Laurence em "3 Homens em Conflito - 1966" como o soldado ferido na guerra que fuma seu último cigarro cedido por Blondie (Clint Eastwood), que tambem pegaria o famoso "Poncho" deste soldado morto e o utilizaria pela primeira vez imortalizando sua imagem para sempre no Espaghetti Western com este Poncho. Quando o Coronel Douglas Mortimer chega a estação ferroviária de Tucuncari, recolhe o cartaz fixado na parede que pede recompensa de 1.000 dólares pela cabeça de Guy Callaway com dois zeros adicionados ao cartaz pelo próprio Callaway valorizando o preço de sua cabeça para 100.000 dólares. Percebe-se também que a pessoa do cartaz possui cabelos e bigode preto. Quando Mortimer passa o cartaz por baixo da porta do quarto do hotel, nota-se que faltam os dois zeros do cartaz que ele pegara na estação de trem. Inesplicável? talvez. Conforme citado em várias entrevistas destes diretores, muitos atores as vezes eram substituídos ou trocado de papel na hora da filmagem e poderiam perfeitamente nesta situação ter trocado de ator e não o cartaz. Se fosse pelo cartaz Mortimer poderia ter matado o bandido errado porque este Callaway não tinha nada aver com o cartaz e foi morto aqui talvez pela sua reação no quarto do hotel e essa seria a explicação mais lógica para Mortimer justificar a morte do bandido. Outra situação interessante a participação de Elder Francesca Leone (a filha de Sergio Leone) como a criança que aparece nas mãos da atriz "Diana Faenza" como a esposa de Tomaso (Lorenzo Robledo), o traidor de Índio na Missão abandonada em outra cena de um duelo inesquecível. Isso é o Cultuado Western Espaghetti.
Se observarmos bem, a cara de Jose Terron era a própria face de Billy The Kid. Há um retrato do mesmo que mostra isso. Imagine se a cara feia de Terron tivesse sido usada numa produção bem cuidada como os filmes de Leone ou Corbucci? Com certeza ele teria se consagrado ainda que fosse mais pelo aspecto sinistro que pelo talento como ator. E seria melhor que um Paul Newman ou um Kristoferson na vida...
ResponderExcluirRealmente muito feios ficaram famosos e podemos ver tambem na foto da criança no colo que tem um Barbudo Gordo com uma cicatriz enorme no rosto que sabia apavorar a platéia. Este aí é o Mario Brega, um grande ator italianao, roteirista e chegou a dirigir alguns filmes. Mas ele era bom mesmo em saber fazer o papel de mau e impiedoso.
ResponderExcluirLeone era famoso por retratar rostos. Ninguém no cinema dava tanta importância a esta quase mania, dizem que todo gênio tem no mínimo, uma. Todos sabem que ela era o rei do close. Quando o Woody Strode, assistiu ao filme em que ele, juntamente com os feiosos, Jack Elam e Al Mulock, "abrem" o filme, ficou surpreso e maravilhado, com aquelas imagens em close do seu rosto, enquanto caiam gotas de água no seu chapéu e Leone por trás da câmera com um intérprete, ia dirigindo a cena e no fim pediu que ele bebesse a água do chapéu. Strode comentou que havia participado de vários filmes e nunca deram um close nele.
ResponderExcluirFalando em erro de continuidade, na cena final de três homens em conflito, há uma bem gritante, quando, o Mau leva chumbo e cai na cova. asistam, prestem atenção e descubram.
Joailton
Caro Edelzio,
ResponderExcluirSou "Historiador de Cinema" e,tenho orgulho de ter em minha modesta coleção o livre:"SERGIO LEONE" de Henri Veyrier.editado na França em 1984.Sergio Leone é,sem sombra de dúvida o patrono do Spaghetti Western. Seu derradeiro filme:"Era Uma Vez...No Oeste",foi o filme que manifestou "minha paixão pelo universo maravilhoso do Cinema",nos anos 70.
Que o grande "Senhor do Universo",tenha Sergio Leone em sua glória.Marcos Maurício Mendes Lima
Mensagem via E-mail de Lemarc sobre o filme "Amarga Recompensa"
ResponderExcluirEdelzio,
Eu vi Hard Bounty e acho que você tem toda razão quando diz que é possível sim fazer faroestes de qualidade. A personagem central do filme é muito bem tipificada. O filme como um todo não chega a ser, no meu entender, tão bom quanto nossos antigos faroestes made in Europa, mas deixa claro que isso é possível.
Há vários filmes modernos que nos dão testemunho dessa possibilidade. Filmes como Il mio West, que mistura um pouco daquela coisa hippie e roqueira dos anos 70, inclusive com a presença de David Bowie. Mas que foi um filme muito mal recebido. Summer Love, também muito mal recebido, talvez pelo excesso de violência e um roteiro nada convencional. Outro roteiro nada convencional, mas que resulta num filme de boa qualidade é Blood River, um filme diferente mas que tem roteiro e execução muito bons. Podemos pensar ainda em filmes como Legend of the Phantom Rider, que mistura com muita competência western, terror e suspense, ou The Proposition, um filme australiano de 2005 muito bom... (concorda? acho que você os viu)
Embora isso não possa ainda ser considerada uma retomada, pelo menos nos deixa esperançosos, porque há muitas possibilidades ainda a explorar no terreno do western.
Abraço!
Uma das características que mais me chamou a atenção nos faroestes italianos foi o uso do close de forma intensa, e não só nos dirigidos por Sergio Leone. Quando Por uns dólares a mais e Três homens em conflito foram lançados em VHS pela MGM/ua na década de 90, certo dia resolvi contá-los. Mas eu queria contar aqueles maiores que preenchiam a tela quase por completo, os que ficam em primeiríssimo plano, designados de big close's. Depois contaria os que estivessem em médio plano e assim por diante. Em Por uns dólares a mais, com 127, min contei 45 big close's e em Três homens...,com 165 min, contei 60. Na versão restaurada desse último, com 178 min, continuei a contagem nas partes que foram reincorporadas, acrescentando mais 10, que somados aos 60 da versão de 165 min perfazem 70 big closes. Contei também em Por um punhado de dólares, que foi o primeiro da série, mas lançado bem depois, mais ou menos em 1994 (isso aqui na Bahia) e com 95 min, chegando a 35. Na versão restaurada com os 100 min contei mais 5 nas partes que foram acrescentadas, chegando a uma soma total de 40. Não contei os closes normais dos planos intermediários, mas por intuição acho que são uns 15 ou 20% a mais. Podemos então concluir que o mais longo,Três homens..., deve conter um nº total de mais o menos 140 closes. Constatei também que nenhum close é igual ao outro, cada qual separadamente trás um momento psicológico diferente, uma leitura diferente, um novo viés, ou uma nova faceta das personagens. O conjunto todo nos apresenta ao final um quadro pictórico monumental que fica gravado em nossas mentes de forma indelével. Leone oferece um banquete estético e nos convida para participar com mensagens indiretas, e até diretas mesmo. Para fazer isso não prestei na história dos filmes, pois se prestasse a atenção os close escapariam e teria que refazer tudo de novo. Lembro que Rodrigo Carreiro, em sua tese de doutorado, levantou percentualmente também o nº de close's dos spaghetti de leone, para comparar estatisticamente com o que se tinha antes de leone e ao mesmo tempo verificar o que se acrescentou depois dele. Ele confirmou que os números do cinema contemporâneo são semelhantes aos praticados pelo mestre italiano na década de 60. Ele simplesmente antecipou-se em 50 anos. A quem for realmente for fã aconselho a fazer esse pequeno monumental exercício.
ResponderExcluirÉ impossível assistir estes filmes e não perceber os close-ups, mas chegar ao ponto da contagem minuciosa como fez, isso não me passou pela cabeça.
ExcluirCuriosa informação.
Lemarc eu assisti "Il mio West" um espécie de retomada dos euro-western. É um Western comedido, sem aquelas antigas movimentações e sem muita violência, mas vale a pena assisti-lo. Li uma pequena resenha sobre Legend of the Phantom Rider e se não me engano é de nacionalidade italiana também apesar do título em inglês. Se não, me corrija.
ResponderExcluirJoailton eu assisti novamente Três homens em conflito para tentar descobrir o erro de continuidade a que você se refere. Acho que descobri qual foi o erro, e se foi esse que eu vi, para mim não foi tão gritante assim. Blondie saca e dispara contra Angel Eyes (o Sentenza), que já está próximo a uma cova. Este dá quase uma quase cambalhota bem estilizada e cai sem o chapéu, mas não morre de imediato e ainda tenta disparar contra Blondie que lhe dá mais um tiro. Angel Eyes escorrega no monte de terra e cai já na posição para ser enterrado. Em seguida Blondie dispara contra o chapéu dele, que vai direto para a cova ficando no lado esquerdo, sobre o braço. Depois dispara mais um tiro para lançar o revolver de seu rival também dentro da cova. Nesse momento vemos que o chapéu mudou de posição, encontrando-se agora do lado direito do corpo de Eyes, bem próximo do ombro. Podem ter ocorrido duas coisas;a) um movimento brusco do ator Lee Van Cleef, quando ainda estavam preparando a filmagem da sequência, pode ter mudado a posição do chapéu; b) uma corrente de vento pode ter deslocado o chapéu, que não era muito pesado, do lado esquerdo do corpo para o direito e isso ocorre até num caso real. Existe ainda a possibilidade de que na preparação da próxima sequência, (ocorre um pequeno corte entre a cena do tiro no chapéu e a do tiro no revólver), os contra-regras tenham tentado consertar alguma coisa na posição do ator na cova e sem querer trocado a posição do chapéu. Seguindo esse raciocínio acho que é um erro (se é que foi erro mesmo) que não diminuí em nada a grandiosidade ou espetaculosidade da cena. Pode ser que tenha algo mais que eu não tenha percebido.
ResponderExcluirSempre ocorre algum erro em nossos comentários, uma omissão, etc. No comentários sobre os closes, na 18ª linha, na pressa omiti a palavra "atenção" na frase. Para ficar mais claro deveria ficar assim: "Para fazer isso não prestei atenção na história do filme, pois se prestasse atenção os closes escapariam...'
ResponderExcluirSe assistirmos a um filme tentando prestar a atenção na história e ao mesmo tempo tentando quantificar determinadas características, como o nº de closes, zoons e travelings por exemplo, não conseguiremos fazer nem uma coisa e nem outra bem. Pode-se primeiro assistir ao filme para entender sua história,captar sua mensagem, sua proposta, etc. e então fazer o julgamento de seu valor como um produto de arte ou entretenimento, ou as duas coisas juntas. Nesse momento tem-se uma visão geral, de todos os seus elementos constitutivos (direção, fotografia, montagem,etc.),que é captada ou aprendida pelos nossos sentidos, o que já é suficiente para a avaliação crítica de seu valor. Depois pode-se se quiser dissecá-lo parte por parte, sem se ater à história, para uma compreensão detalhada dos elementos formais que juntos revelam a arquitetura estética proposta pelo diretor. Dessa forma podemos diferenciar com minúcias as diferenças de estilo de autor para autor,o repertório de ferramentas estilísticas,a originalidade, etc. Pode-se se quiser inverter o processo,começando pela última etapa, mas muito dificilmente alguém, até mesmo um crítico, irá primeiro dissecar as partes formais de um filme para depois assisti-lo de fato, principalmente se for a primeira vez. Pode se revelar algo totalmente anacrônico e contrário ao método, dificultando a análise e por conseguinte a apreciação.
ResponderExcluirSobre o que Cayman Moreyra colocou sobre a utilização bem sucedida da feiura de um ator como o José Terron concordo plenamente, pois muitos atores feios que aparecem nos filmes dos dois diretores citados apresentam, pelos menos dramaticamente, melhor resultado que muitas interpretações de bonitões de Hollywood. A feiura quando bem explorada, numa cena bem dirigida, consegue apresentar mais impacto que a expressão de um rosto bonito num ator mal dirigido.Para obter aqueles resultados Leone rebuscava o enquadramento com tons barrocos na fotografia.
Como se não bastasse a feiura nos personagens, Leone gostava de encrementá-los com adereços e características que os tornassem inesquecíveis como por exemplo a corcunda que ele colocou em Klaus Kinski e a enorme cicatríz no rosto de Mario Brega para causar a impressão que ele queria passar para o público. Ele dizia: Gosto de fazer nos meus filmes, coisas que sempre quiz ver no cinema e ninguém fazia.
ResponderExcluirA edições restauradas a que me referi são as que foram lançadas pela MGM ( trilogia dos dólares) e Paramount (Era uma vez no Oeste) a partir de 2000.
ResponderExcluirEsse spaghetti é espetacular, o ator Gian Maria Volonté roubou a cena com suas gargalhadas histéricas es seus olhares ironicos. a música la resa dei conti com o duelo do Volonté e o ator Espanhou Lorenzo Robledo, é uma cena memorável, e o Robledo retrata o personagem torturado nesse filme
ResponderExcluirLuiz Carvalho
As atuações deste ator no Westerns foram importante para o sucesso de todos.
ExcluirCostumo dizer que sem um bom bandido, não há um bom mocinho em seus papéis.
O filme só é grande quando o bandido é bom "na sua atuação".
I always enjoy seeing many of the curiosities or finding out things later that I never knew when the films were first released. Both of Leone's daughters can be seen departing the train in Once Upon a Time in the West where Jill waits for a ride. Terence Hill's son Jess is the baby he takes the apple from in My Name is Nobody and one of Sergio's daughter's plays Tomaso's baby in For a Few Dollar's More. Keep up the great work in 2014.
ResponderExcluirTradução
ExcluirEu sempre gosto de saber das muitas curiosidades ou descobrir as coisas mais tarde em que eu nunca soube quando os filmes foram lançados pela primeira vez. Ambas as filhas de Leone podem ser vistas saindo do trem em "Once Upon a Time in West", onde Jill espera para um passeio. O filho de Terence Hill "Jess Hill" é o bebê de que "Ninguém" toma a maçã em "Meu Nome é Ninguém" e uma das filhas de Sergio Leone toma dos nraços de Tomaso em "Por uns m dólares a mais. Continue o bom trabalho em 2014.
Obrigado Tom.
One Happy new year for yuo too!