Os Abutres
Têm Fome - Brasil/Portugal
Two Mules
for Sister Sara - USA/ Australia/Canadá/Japão/UK
Ein Fressen für die Geier - Austria
Sierra
Torride – Bélgica/Canadá/França/Noruega/Suécia
Een non voor de Hel- Bélgica
Две мулета за сестра Сара - Bulgária
Los buitres
tienen hambre - Colombia
Han kom, han så, han skød -
Dinamarca
Kourallinen dynamiittia - Finlândia
En handfull dynamit - Finlândia
Ein Fressen für die Geier - Alemanha
Οι γύπες πετούν χαμηλά - Grécia
Két öszvér Sara nővérnek - Hungria
The Vultures Are Hungry - Índia e
English Title
Ha'nsharim Hem Re'evim - Israel
Gli avvoltoi
hanno fame - Itália
Mahiru no
shitô - Itália
真昼の死闘 - Japão
Dos mulas
para la hermana Sara – México/Peru
Muły siostry
Sary - Polônia
Doi catâri
pentru sora Sara - Romênia
Две мазге за
сестру Сару - Sérvia
Два мула для
сестры Сары - Rússia
Dos mulas y
una mujer - Espanha
烈女與鑣客 - Tailândia
Sara'ya İki
Katır - Turquia
El Torida -
Turquia
Hai Vùng Chiến
- Vietnam
Direção: Don Siegel
Produção, 31 de Dezembro de 1969, USA e México
Escrito: Albert Maltz (baseado em história de Budd Boetticher)
Duração: 116 min.
Música: Ennio Morricone
Fotografia: Gabriel Figueroa e Robert Surtees
Edição: Robert F. Shugrue
Co Produção: Universal Pictures, Malpaso Company Picture, Martin Rackin Productions e Sanen Productions, S.a., México.
Locações: Jantetelco, Morelos, Bavispe, Sonora, Sierra Madre Occidental, Tlayacapan, Bacanora, Casa de Janos, Chihuahua, San Miguel de Horcasitas, Six Points Texas e Cuautla (México), Backlot, Universal Studios, California, USA.
Clint Eastwood - Hogan
Manuel Fábregas - Coronel Beltran
Alberto Morin - General LeClaire
Armando Silvestre - Bandido 1
John Kelly (III) - Bandido 2
Enrique Lucero - Bandido 3
David Estuardo - Juan
Este faroeste, ao mesmo tempo intenso e levemente cômico, precisamente dirigido por Don Siegel, desenrola-se no México do século XIX, durante as lutas armadas contra a dominação da expedição francesa, mais precisamente entre os anos de 1864 e 1867.
Shirley MacLaine não se sentiu muito a vontade com o diretor Don siegel durante as filmagens, e tiveram alguns atritos, além disso a produção teve que contratar uma assistente mexicana para cuidar da pele de Shirley MacLaine que não combinava com o sol das locações e percebe-se também nitidamente que ela usou cílios postiços no set.
O roteiro ajuda muito porque sempre coloca-os em várias situações de tensão. O primeiro encontro dos dois acontece quando a Irmã Sara do título, personagem de MacLaine, está prestes a ser abusada por três canalhas. Hoogan, o personagem de Clint, resgata a moça seminua e depois descobre que ela é uma freira por suas roupas. Ela está sendo procurada por uma tropa de franceses por ajudar os revolucionários.
Os dois fogem e depois, a noite, acabam percebendo que tem o mesmo interesse: acabar com a fortaleza francesa e se apossarem dos supostos tesouros ali guardados e ela também por raiva dos “colonizadores europeus”. Sara na verdade não é uma freira mas uma prostituta.
Ela matou um oficial e por isso odeia o regimento. Não há uma noção humanitária que a motiva em punir os opressores. Aqui o personagem do Clint Eastwood é uma verdadeira cópia do Estranho-Sem-Nome dos filmes do Sergio Leone e também ficou interessante com a freira.
O filme foi gravado no México e vários atores, coadjuvantes e membros da equipe são mexicanos.
Quanto à trilha de Morricone, assim como em qualquer filme em que compõe sua música, fica difícil não se empolgar com as variações e sons incomuns presentes nos temas.
Não me lembro de ter lido algo interessante e mais completo sobre esse filme na web do Brasil por isso achei interessante em deixar esse registro com algumas curiosidades e atualizações sobre ele aqui neste espaço.
É um bom western com uma aventura, belas cenas de ação desenfreada e anárquica com bom humor, bom ritmo, diálogos e a diversão é garantida.
Foi o último western de Clint Eastwood em que seu nome apareceria em segundo lugar nos créditos lançado no Brasil estranhamente com "Os Abutres Têm Fome" foi a segunda parceria do ator com Don Siegel, diretor americano que impulsionou sua carreira cinematográfica após seu retorno da Itália com Clint Eastwood em "Meu Nome é Coogan".
Contando com Shirley McLaine no divertido papel de Irmã Sara, o primeiro faroeste com Eastwood dos anos 70 marca também uma das primeiras vezes que Ennio Morricone atuou como compositor de uma produção hollywoodiana, mesmo que essa tenha sido uma co-produção Mexicana.
O grande destaque do longa é, sem dúvida alguma, a dinâmica do mercenário Hogan, veterano da Guerra Civil em território mexicano à serviço dos Juaristas contra a tentativa francesa de invasão e colonização. Os dois astros estão muito bem em seus respectivos papeis e o filme exige que se compreenda que este não é um faroeste comum, no sentido clássico, pelo menos.
Trata-se muito mais de uma comédia leve do que qualquer outra coisa, em que Eastwood desfaz seu personagem de pistoleiro sem destino, mostrando-se durão, ignorante talvez, mas de coração mole e uma vontade muito grande de explicar em detalhes o que pensa e o que pretende fazer da vida.
Quando o roteiro originalmente foi escrito, tinham em mente os protagonistas Deborah Kerr e Robert Mitchum. A personagem de Kerr seria uma aristocrata mexicana fugindo de revolucionários para a América disfarçada de freira e Mitchum seria um caubói americano que faria a sua escolta na viagem.
Depois que o roteiro foi negociado, sofreu alterações para que Hogan seria um mercenário e Sara uma prostituta trabalhando para os revolucionários. Ennio Morricone que faz questão de compor a música tema com uma pegada cômica evidente que marca o filme desde seus primeiros segundos, inclusive criando uma versão orquestrada dos zurros das mulas do título que na verdade, seriam uma mula e um burro que facilmente arrancam sorrisos por parte do espectador.
É como se Morricone, mesmo compondo fora da Itália, nas locações mexicanas, tivesse farejado que Eastwood e McLaine juntos, não poderiam resultar em um filme totalmente sério mesmo que Siegel tenha se esforçado para isso, levando a um longa que se equilibra entre os sub-gêneros do faroeste, nitidamente num Espaghetti Western e uma de suas variações: O Zapata Western.
Don Siegel escolheu excelentes locais para as locações em Tlayacapan, no estado de Morelos, em uma grande variedade de cenários que mantém a história, que nada mais é do que uma corrida de obstáculos, sem fazer com que o filme fique desinteressante como uma cobra cascavel aparecendo; pela chegada da guarnição francesa; pelos momentos de luxúria em que a câmera de Siegel faz questão de mostrar Hogan como um homem que precisa fazer enorme força para respeitar Sara e seu celibato.
Aperfeiçoei e elaborei uma legenda/subtitle no idioma português do Brasil no formato SRT para o Bluray disponível na Web com as três possíveis dublagens brasileiras e um áudio em inglês.
https://mega.nz/file/ZaJHwBwK#_C8fVJkPPs58ZgaDZ1zchiIlmQgDicDP5XY2GfFvBuo
O coldre e o cinturão que Eastwood usa neste filme é, de facto, o mesmo que ele usa na "trilogia dos dólares". Eastwood já usava esse coldre e cinturão na série de televisão "Rawhide" e levou-o para a Europa quando foi trabalhar com Sergio Leone.
ResponderExcluirCuriosamente, também o usou em westerns como "À Sombra da Forca" e "O Pistoleiro do Diabo".
Quando a Don Siegel, que dirigiu Clint Eastwood em vários filmes, diria que o filme mais marcante desta dupla foi o policial "Dirty Harry".
Grande abraço, amigo Edelzio!
Muito bom ter informações curiosas como essa sua que deixa a matéria mais ilustrativa e completa.
ExcluirGrande abraço.
já li seu livro duas vezes e sempre aprendendo mais com ele.
Olá, grande Edelzio!
ExcluirEspero que tenhas gostado do livro "Por um Punhado de Euros". É sempre um prazer saber que os nossos amigos no Brasil também lutam constantemente em defesa dos westerns-spaghetti.
Tanto eu como o Pedro ficaríamos muito honrados se pudesses escrever um pequeno texto sobre o nosso livro. Queremos muito saber o que achaste da obra, a tua opinião em geral, etc., para depois nós publicarmos na página do Facebook do nosso blogue, de modo a dar a conhecer às pessoas as opiniões dos nossos amigos brasileiros.
Se puderes escrever umas linhas a dar a tua opinião sobre o livro, seria uma grande honra para nós!
Envia o teu texto para o meu email, ok? Obrigado por tudo.
Um forte abraço!