Os Cavaleiros Invencíveis - Brasil I cavalieri del diavolo: Itália Le cavalier à l'armure d'or: Canadá/França The Devil's Cavaliers: Canadá Kavaliere des Teufels: Alemanha Musketiere des Teufels: Alemanha I exormisis ton xifomahon: Grécia El caballero del diablo: México Seytan Sövalye: Turquia The Devil's Cavaliers: USA
Produção: Itália, 16 de Junho de 1959 Direção: Siro Marcellini Escrito: Jean Blondel, Carlo Alberto Chiesa e Ugo Moretti Música: Carmine Rizzo Duração: 84 minutos Fotografia: Luciano Trasatti Edição: Edmond Lozzi Co Produção: Galassia Cinematografica Locações: Castello di Ostia, Ostia Antica, Rome, e Monte Gelato Falls, Treja River, Lazio, Itália
Gianna Maria Canale: Baronessa Elaine di Faldon Emma Danieli: Condessa Luisa di Valency/Louise Valance Frank Latimore: Capitão Riccardo Stiller/Richard Stiller Gabriella Pallotta: Gisella/Servente de Louise Anthony Steffen (Antonio De Teffè): Enrico di Valency/Richmond Andrea Aureli: Duque de Vars/Duque de Vaz Nunzio Gallo [Cantor italiano]: Paul/Companheiro de Stiller Federica Ranchi: Deroliá/Servente Cantina Franco Fantasia: Duneil/Espadachim Mirko Ellis: Gaumont José Jaspe: Jermaine/Companheiro de Stiller Oreste Lionello: Rollò/Companheiro de Stiller Andrea Fantasia: Du Menil/Espadachim Fedele Gentile: Marchand Loris Gizzi: Defensor Público Nino Musco: Tené/Taberneiro Amerigo Santarelli: Guarda da Prisão. E com Bruno Parisio, Regina Dainelli, Andrea Scotti, Lea Monaco,
Carlo Bressan, Pasquale De Filippo e Franco Diana
Em 1555 a França é devastada por lutas religiosas e políticas.
Na corte de Henrique II, dominada por sua esposa Caterina de Médici, reina a intriga. Nas províncias do sul, os feudos tentam forçar os nobres a se rebelarem contra o poder central.
Em meio aos conflitos, o Duque de Vars aproveita a situação do caos local para satisfazer seus objetivos em conquistar a toda a região e criar o seu próprio poder e além de não se satisfazer com isso, pretende forçar um casamento com Louise de Valency, uma mulher astuta que possui um dos mais fortes e respeitáveis feudos da Corôa Francêsa, mas ela o odeia e fará de tudo para evitar casar-se com ele e para isso contará com os “Cavaleiros invencíveis” de seu amado, o espadachim e capitão Richard Stiller (Frank Latimore) .
Um dos primeiros filmes do ator ítalo-brasileiro Anthony Steffen antes de se tornar um consagrado cowboy dos Westerns Espaghetty.
Não é um filme grandioso, e seu papel também é pequeno, O filme não fez grande sucesso e nunca chegou ao Brasil.
A ambientação francesa foi rodada totalmente na Itália, com boa produção, bom elenco, e belas cenas de lutas com espadas.
Na minha opinião a edição prejudicou o ritmo do filme que também tem uma história muito complicada.
Acho que toda essa trama confusa foi escrita às pressas somente para dar conteúdo e complementar os últimos 10 minutos finais do Duelo entre os combatentes na arena de um torneio medieval. Esses combates eram o que dava audiência nos cinemas da época naquele momento.
É um filme interessante por ver Anthony Steffen ainda jovem e que já filmaria em seguida o seu primeiro Western Espaghetti: "O último dos Moicanos" com Daniel Martin, inaugurando a sua jornada no Velho Oeste.
Por ser inédito no Brasil, decidi traduzir o filme e elaborar uma subtitle/legendas no formato SRT para que os fãs brasileiros
pudessem conhecê-lo e desfrutar dessa raridade que recentemente foi postada no youtube com áudio em duas versões: a original, italiana com qualidade mediana e uma versão em inglês de baixa qualidade e estou disponibilizando aqui para download.
Mais um dos meus heróis cowboys da infância que consegui um breve
contato através facebook e veio a falecer em 03 de Agosto de 2017 em Huntington
Beach, California, USA aos 87 anos de idade.
O ator Ty Hardin, conhecido por estrelar grandes faroestes e
também conhecido como "Bronco Lane" da série de TV americana
(1958-1962) que conquistou o coração de toda uma geração de mulheres
americanas.
Um veterano e verdadeiro patriota que viria interpretar um
papel marcante em "Os Mortos Caminham" (1962), um clássico da Segunda
Guerra Mundial e reapareceria na série de TV australiana, Riptide, em 1969.
Nascido em Nova York em 01 de janeiro de 1930, foi criado no
Texas e serviu no exército americano durante a Guerra da Coréia e logo após o
seu serviço militar, inscreveu-se numa das melhores escolas de arte dramática
texana, a A&M.
Terminado o curso, mudou-se para a Califórnia e sob o
pseudônimo de Ty Hungeford estreou no cinema em 1958 com alguns filmes B de
ficção científica.
Depois chegava à TV onde assumiu a série Cheyenne com Clint
Walker e logo após a série Bronco, volta-se ao cinema e se dedica aos
Espaghetti Westerns após alguns westerns americanos como em o herói
"Custer do Oeste" de Robert Siodmak, e “O Círculo de Sangue” de Jim
O'Connolly e de 1962 a 1966 trabalhou em cinco longas bem sucedidos.
Existem boatos em que Sergio Leone teria mantido um contado
e interesse para Ty protagonizar "Por Um Punhado de Dólares" que
seria futuramente a vaga de Clint Eastwood. Ele era loiro, alto, atlético, bom ator e assim
como Clint tinha na época os requisitos básicos de galã para o Western Espaghetti.
A partir dos anos 70,
passou a dedicar-se à luta livre.
Na Europa, ao lado dos atores americanos Henry Fonda, Telly
Savalas, Robert Shaw, Pier Angeli e Robert Woods, atuou no grande Clássico de guerra "La Battaglia dei
Giganti" (Battle of the Bulge) [1965] dirigido por Ken Annakin, rodado na
Espanha.
O seu primeiro Western Espaghetti foi "Pistoleiro do
Vale Maldito" (L'uomo Della Valle Maledetta) [1964] de Primo Zeglio e Siro
Marcellini e em seguida deixou a barba crescer para atuar em outros
Espaghettis.
Fez "Acquasanta Joe" de Mario Gariazzo com Lincoln
Tate, "Um Homem Chamado Sacramento" (Sei Jellato, Amico Hai Incontrato Sacramento)
[1972] do diretor Giorgio Cristallini o qual sabe-se que teve uma boa discussão
durante as filmagens.
Assim como "Vingança Até o Fim/Django Tag Der
Abrechnung" (Quel Maledetto Giorno Della Resa dei Conti) [1971] de Sergio
Garrone foram filmes onde o dinheiro nem sempre era recompensável para pagar
suas contas.
"O Dia do Julgamento/Olho por olho Dente por Dente"
(Il Giorno Del Giudizio) [1971] de Mario Gariazzo foi o que melhor rendeu.
Em "O Último Rebelde" (The Last Rebel) [1971]
dirigido por Denis McCoy, filmado na Itália protagonizado por Joe Manath, um
campeão do futebol americano, além de um elenco de peso com Joe Namath, Jack
Elam e Woody Strode, não foi tão bem aceito pela crítica.
O rock de Tony Ashton
em parceria com Jon Lord do Deep Purple era a trilha sonora. Muito radical para
o seguimento.
Após essa derradeira decepção, Ty Hardin, de volta à
América, fica totalmente perturbado, torna-se um militante de direita e um
lutador fanático da liberdade que resultou em fundar "Os Patriotas do
Arizona", uma espécie de organização neonazista atacando judeus e
católicos fanáticos em todo o Arizona.
Em 1986 acaba envolvendo-se com o FBI que põe fim às suas
convicções, sua fundação e seus associados. Sua carreira como ator foi
encerrada em 2011 onde atuou em filmes sem importância e após isso adquiriu a
doença de Alzheimer.
Teve oito esposas, incluindo uma Miss Universo de 1962, e
vivia atualmente com Carolyn Pampu Hardin [foto] e teve sete filhos em seus casamentos.
Como todo ser humano não era perfeito, mas conquistou seu
espaço no cinema e na TV por um longo tempo.
A última homenagem foi prestada no Memorial Huntington
Terrace Clubhouse, Florida St. em Huntington Beach Califórnia em 11 de Agosto
2017. R.I.P. Ty Hardin
https://ok.ru/video/26647071435
Versão áudio Inglês Disponível https://www.youtube.com/watch?v=m5WpXIy7nIU
O Colt Que Não Perdoa - Brasil
Lola Falana - Brasil
Lola Colt... Faccia a Faccia con El Diablo - Itália
Lola Colt – Título Alternativo
Black Tigress - USA
Produção: Itália 22 de Outubro de 1967
Direção: Siro Marcellini
Duração: 85 minutos
Música: Ubaldo Continiello
Fotografia: Giuseppe La Torre
Escrito: Luigi Angelo, Lamberto Antonelli e Siro Marcellini
Edição: Nella Nannuzzi
Produção de Design: Paolo Ambrosetti
Costume Design: Silvia Innocenzi
Produção: Aldo Pace
Locações: Espanha e Itália
Co Propdução: Cines Europa
Lola Falana - Lola Gate
Pietro Martellanza (Peter Martell) - Rod Strader/Charlie
Germán Cobos - Larry Stern/El Diablo
Tom Felleghy - Don Rodriguez//Don Rogers
Evar Maran (Evaristo Maran) - Don Pedro/Padre
Erna Schurer - Rose Rogers/Rose Rodriguez
Dada Gallotti - Virginia Blake
Marilena Possenti – Elen/Dançarina
Giovanni Petrucci (John Petty) – Pianista e Gerente das dançarinas - Slim
Franco Daddi (Frank Dady) - Paco
Giovanni Ivan Scratuglia – John/Dono do Hotel
Enzo Santaniello - Pablito
e com Bernard Berat, Alex Antonelli, Franco Balducci, Andrea Scotti, Eva Inoka, Carlo Davini,
Attilio Corsini e Lea Monaco.
"Lola Colt" foi feita durante o êxtase das produções do Western Espaghetti na Itália, mas só seria lançado nos Cinemas Americanos, nove anos depois onde foi comercializado como um filme “blaxploitation” que era direcionado ao público negro que devem ter se decepcionado porque ela era a única atriz e negra neste filme.
A atriz e cantora Lola Falana aparece em seu auge da beleza neste filme. Bonita e confortável em um filme que em nenhum momento é mencionado algum fator ligado ao racismo.
Lola canta, dança, tem casos amorosos e dá muitos tiros também, mas às vezes demonstra aparecer mais como coadjuvante do que como protagonista.
O filme demora um pouco até pegar um ritmo de ação, brigas e vinganças tendo alguns altos e baixos.
Lola é uma dançarina de saloon que chega à cidade de Sant'Anna com algumas outras dançarinas em uma companhia de dança com uma delas doente de febre de malária e procurando ajuda médica.
A cidade, porém, sitiada é aterrorizada por El Diablo, um rico e poderoso bandido que força a compra de terras dos colonos e apodera-se delas para vendê-las à empresa ferroviária.
Lola acaba por se tornar uma pistoleira para ajudar os colonos tendo entre eles um branco e aspirante a médico Rod (Peter Martell).
Ele lutará ao de Lola contra os bandidos e também se apaixonará por ela.
Rod inclusive não consegue terminar a faculdade de medicina porque o seu dinheiro é levado por El Diablo mensalmente para que permaneça vivo como a todos os populares da região que pagam seus tributos a ele.
Muito bom rever o garotinho Pablito (Enzo Santaniello) de “Era uma vez no Oeste” que ironicamente aqui também é executado pelos bandidos de El Diablo, e que também gerou uma das causas da união da população em lutar contra o seu opressor..
É um filme surpreendente que tem uma trama interessante e personagens bem definidos.
Lola canta e dança sobre as mesas do saloon interpretando músicas de uma época que atravessava várias influências como: Jazz, Rhythm & Blues, Rock e Folk.
O filme foi visto por milhares de espectadores pelo mundo quando no lançamento.
A bela trilha sonora vocal é executada por Lola com boas pitadas de erotismo.
Um momento histórico no cinema porque, Lola Falana foi a primeira atriz negra a estrelar uma um Western “Lola Colt”, no Brasil conhecido como "O Colt que Não Perdoa", e mais interessante por ser um Espaghetti Western, pois os Estados Unidos ainda atravessavam dias turbulentos com o racismo e isto foi uma proeza do diretor Siro Marcellini não medindo consequências após sua exibição nos EUA.
Filha de um cubano com uma norte-americana, a moça era famosa na época como cantora e dançarina nos shows de Sammy Davis Jr. com quem teve um breve romance e ela fazia tanto sucesso na Itália que foi convidada para ser a protagonista do seu próprio Western Spaghetti.
A diferença de "Lola Colt" para outros filmes conhecidos como exemplo, "Audazes e Malditos" é que em nenhum momento a cor da protagonista é mencionada ou torna-se motivo para qualquer tipo de preconceito por parte dos vilões do filme e que aqui pelo contrário, ela é tratada de igual para igual independente da cor da pele, numa bela lição dos realizadores italianos.
Inclusive Lola Falana poderia ter se tornado uma das primeiras e principais heroínas negras do cinema, se o filme tivesse chegado aos Estados Unidos na época em que foi feito.
Infelizmente, "Lola Colt" só foi lançado nos EUA em 1976 com o novo título "Black Tigress", quando já existiam outras atrizes negras fazendo sucesso em papéis semelhantes, como Pam Grier, Judy Pace e Tamara Dobson.
É até certo ponto estranho comentar “Lola Colt” como sendo um bom filme porque não é esplendido mas pelo fato de ficar entre meio um musical e um Espaghetti Western.
A epoteose de um tiroteio final de costume no Espaghetti também está aqui após Lola com a ajuda do médico local e após as atrocidades, consegue convencer os cidadãos relutantes para reunir-se e desafiar El Diablo, que morre durante a batalha.
Apenas um par
de imagens violentas talvez pudesse atrair remotamente os fãs, mas esse não é o
ponto porque poucos conheceram e sabem quem era Lola Falana.
Ela adquiriu
uma certa notoriedade nos EUA nos anos 70 e anos 80. Eu não sei até que ponto,
no entanto fora a sua evidencia n Show Business mas ela conseguiu isso no
momento que o filme foi feito, e após se apresentar como dançarina e cantora em
um show na noite de sábado hospedado pela cantora italiana Mina.
Então, a
partir daí ela foi considerada parte do seguimento inematográfico conhecido
como a pré-blaxploitation e começo a ser considerada como uma mulher negra
líder em um grupo de atrizes, e no filme ela mostra isso e se transforma em uma
líder de uma cidade do oeste selvagem em caos?
Ela canta e
dança três números vestindo trajes típicos de dançarinas de saloon com maiôs
coloridos e sexis e nota-se a influência do teatro americano nas apresentações.
O primeiro é
um Rhythm & Bluese até bom, com baixo elétrico, bateria e sax tenor. O
segundo uma melodia romântica sexi e provocante, e então em uma terceira
performance vemos "Swing Low Sweet Chariot", um hino gospel que ela canta
no final vestindo uma longa tunica branca discrreta geralmente visto naquelas
apresentações de corais da igreja Pentecostal (ou Batista), com todas as
pessoas do saloon acompanhando-a batendo palmas, incluindo o padre local
(católico).
Durante a evolução da música
ela deixa cair a tunica longa e por fim fica somente de maiô mostrando seu
corpo semi nú. Talvez isto tenha influenciado a bela garota loira, sua rival Rose (Erna Schurer) ter deixado seu noivo seguir viagem com Lola ao final.
O gênero Spaghetti Western, de fato é um gênero de faroeste, em geral, que abrangeram especificamente como objetivo o público masculino. Foram filmes quase exclusivamente feitos por homens e para homens e as mulheres que participaram muitas vezes o fizeram em um sentido marginalizado, aparecendo na maioria das vezes como vítimas.
Ocasionalmente, porém, esta artista feminina conseguiu seu espaço empunhando um revólver e Lola Colt é um excelente exemplo, não só de um desses casos raros, mas também por que tantas vezes não conseguiu fazer muito sucesso após o seu lançamento.
Rita do Oeste foi feito no mesmo ano e Lola Colt seguiu esta performnace musical, mas, ao contrário do primeiro, este filme não é um musical que mostra uma trilha sonora e a história sendo pausada para o desfile das músicas de Rita.
Em vez disso, as cenas de música de Lola no saloon tem uma finalidade e um sentido, onde os talentos de Miss Falana como cantora e dançarina podem ser exibidos e apreciados.
Estas são as cenas em que Lola obviamente está mais em casa e é claro mais a vontade. Infelizmente, o resto do filme, se não fosse pela trama frágil inconseqüente e trabalhada com pouca convicção pela produção, os resultados poderiam ter sido mais surpreendentes. Mesmo assim não é algo que se está acostumado a ver em relação à visualização de um filme de faroeste.
El Diablo, muito bem interpretado po Germán Cobos possui muitos escravos como reféns em sua fazenda e isso impossibilita a ação dos populares em tentar se livrar dele que constantemente pede resgate a comunidade, enquanto seus homens geralmente causam estragos na região.
Lola, sem deixar de perder o brilho para o estudante de medicina com boa aparência, incentiva-o a se levantar contra seu opressor, mas ele e os outros homens da cidade estão relutantes em colocar em risco a vida dos reféns.
Eventualmente, porém Lola convence-os a agir e os leva em uma missão de resgate na fazenda de El Diablo.
Um ataque em massa aos pontos estratégicos de El Diablo faz com que consigam sucesso.
O diretor conseguiu juntar uma porção de itens que fizesse com que o resultado final, apesar de inesperado fosse agradável. Todos os elementos exigidos pelos fãs do Espaghetti estão presentes neste com a complementação de canções e músicas que não atrapalham o clima de vingança e justiça de Lola para com o bandido El diablo e seu bando de sanguinários.
Lola Falana teve o seu momento de glória em meio a todos os homens que frequentaram as salas de cinema em 1967 e vendo ela fazer o que mais se gostava de ver na tela, atirando com seu colt 45 matando sádicos bandidos mexicanos.
Na época quanto mais tiro se dava, melhor era o filme, acreditem.
Ela tinha mesmo um talento genuíno e mostra isso em suas coreografias, rebolando, dando chutes ao ar, deitando-se sobre os bacões do saloon, na mesa de jogos, enfim, ela nesta área se sentia claramente mais confortável. Acho que mais cantando e dançando do que atirando ou galopando.
Como já comentado, talvez com um pouco mais de imaginação por parte dos produtores, poderiam ter oferecido algo mais interessante em termos de história e personalidade, e, quem sabe, ela poderia ter nos deixado um filme memoravelmente histórico, mas agora é passado e o que temos é este Lola Colt e seria a mesma história com Rita Pavone em seu Rita no Oeste tendo ao seu lado Terence Hill e Gordon Mitchell em papeis muito além de seus talentos e capacidades.
A cena de abertura, onde vemos, primeiro, El Diablo no seu mais perfeito estado diabólico e o padre da cidade após caminhar pela periferia que vem pedir ao vilão para poupar a vida de um par de infelizes que ele está se preparando para explodí-los amarrados em cruzes como punição em não pagar seus tributos. Seria comum em um Espaghetti Western puro sangue.
O problema está na forma como o castigo está previsto para ser realizado.
Em um filme baseado principalmente em torno de um musical aparentemente com um clima de cabaré, é uma inusitada surpresa ter uma abertura com um par de crucificações humanas explosivas, mas isso tem que ficar claro que é exatamente o que El Diablo é capaz de fazer.
Por se tratar de um filme que deveria ser leve pela parte musical, El Diablo poderia até mesmo ter perdoado em primeiro momento os camponeses mas infelizmente, ele revela-se uma anomalia em uma narrativa sublime.
Outra vez que chega a este nível de maldade é mostrado durante a cena de um flashback de Lola onde testemunhamos sua família sendo amarrada na roda de uma carroça e em segui vemos disparos em direção dos corpos com a roda da carroça girando em movimento para o divertimento de um bando de vilões não identificados enquanto Lola presencia tudo por trás dos vidros da janela da casa.
O curioso nesta cena é que Lola ainda é uma criança pobre e está vendo seus pais serem assassinados sadicamente e ela é interpretada por uma garota branca e seus pais são brancos também.
O orçamento deve ter sido provavelmente, apertado, mas certamente eles poderiam ter encontrado uma garota negra em algum lugar na Europa para fazer esta pequena cena ou então uma maquiagem mais bem elaborada poderia ter resolvido, sabendo-se de Lola é uma afro-americana de origem cubana.
Se no mesmo ano o diretor Emimmo Salvi fez um Fernando Sancho loiro em “Procurado Johnny Texas - 1967”, a produção da Elios Estúdios poderia ter feito uma criança negra.
São poucas as informações sobre o lançamento e a repercussão deste filme mas obviamente deve ter causado algumas polêmicas mas alem de tudo Lola Falana aproveitou os seus dias de Justiceira para se firmar na midia.
Acho que os resultados aqui eram unicamente de entreter o público com uma outra alternativa, com base em números musicais e causar surpresa porque ninguém esperaria ver um Western como esse em seu tempo.
Assisti uma
cópia deste filme com imagem widescreen TV italiana com áudio italianao de uma
versão VHS muito inferior e isso não interferiu na minha analise como fã e como
músico, talvez uma imagem de melhor qualidade, o resultado para mim poderia até
ser mas positivo.
Sei que em uma
versão em inglês lançada também de VHS você não poderá ver a cena de abertura de
pessoas cruscificadas explodidas por El Diablo.
Uma bela abertura musical com direção de Ubaldo
Continiello e participação da trompa solo de Renzo Patuelli.
"Scrivimi il tuo nome" e "Uno come
te" cantadas por Lola são de autoria de Daniele Pace e Mario Panzieri.
A
canção Gospel “Swing Low, Sweet Chariot” de Ella Fitzgerald tem uma roupagem
diferente com Lola além de outras canções como: “Why Did You Go?” e “You’re the
One I Love” que não podem ser apreciadas no filme e faziam parte da Trilha
Sonora nunca antes lançada ao público.
Apesar da
parte musical contar claramente com saxofone, guitarra elétrica, contra baixo e
bateria e a banda em cena estar tocando um banjo, sanfona e um piano, não perde
o brilho da execução na dublagem.
Exibido duas vezes em Bang Bang à Italiana da TV Record
no Brasil em 09 de Fevereiro de 1983 e 01 de Fevereiro de 1984 em versão
dublada em Português.